Concessionários alertam para falta de nadadores-salvadores e esperam que venham do Brasil

Associações de nadadadores-salvadores já têm parcerias com o Brasil.

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Para cada frente de praia de 100 metros são necessários dois nadadores-salvadores pedro cunha

O presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia, João Carreira, alertou nesta sexta-feira para a falta de nadadores-salvadores para as praias concessionadas e salientou que a solução poderá passar pelo recrutamento de profissionais brasileiros.

João Carreira falava durante a apresentação das praias que este ano receberão o galardão Bandeira Azul, num total de 320.

Enquanto José Archer, da Associação Bandeira Azul Europa (ABAE), salientou ter indicações de que foi formado um elevado número de nadadores-salvadores para fazer face à necessidade dos concessionários de praia, João Carreira afirmou que o número ainda é insuficiente.

"Não queríamos ter problemas como nos anos anteriores, mas o feedback que temos tido é que tem havido alguns cursos [para formação de nadadores-salvadores] que não têm tido inscrições. Os cursos são abertos, mas acabam por não acontecer", disse, lembrando que "há casos em que, no ano passado, não foi hasteada a bandeira azul porque não havia nadadores-salvadores para assistir a essas praias".

João Carreira salientou que a necessidade de nadadores-salvadores se agravou desde que as piscinas também começaram a precisar de contratar estes profissionais.

Outra das razões que limitaram o acesso a estes cursos terá sido o aumento dos preços dos cursos, que passaram a ser administrados por entidades privadas, e que podem custar 380 euros, quando antes custavam cerca de 100 euros "e chegou a acontecer que, quando os nadadores-salvadores iam trabalhar nas praias, os cursos eram grátis".

"Temos falado com associações de nadadores-salvadores e o que elas estão a tentar fazer é manter a parceria que tinham com os nadadores-salvadores brasileiros. Será a forma que poderá ajudar a resolver esta questão da segurança nas praias", afirmou, salientando que poderão vir centenas destes profissionais.

João Carreira destacou ainda que o número de nadadores-salvadores necessários este ano nas praias está relacionado com o número de planos integrados, já que estes permitem a redução de nadadores-salvadores se houver investimento em meios extra, como motos de água e moto-quatro.

"Neste momento ainda estão para ser aprovados esses planos, mas há praias que não têm a possibilidade de os fazerem, porque são praias isoladas e vão ter de ir para a lei-geral, que exige para cada frente de praia de 100 metros dois nadadores-salvadores. Há praias na costa alentejana que tem 300 metros de frente praia e precisam de seis nadadores salvadores", afirmou.

Pelo seu lado, José Archer considera que "o número de nadadores-salvadores é mais do que suficiente para dar cobertura a todas as praias designadas, e, nomeadamente, às praias com bandeira azul ".

"A informação que temos e o acompanhamento que temos tido da situação permite antever que este ano não surgirão os mesmos problemas de falta de nadadores-salvadores, embora admitamos que há sempre questões pontuais em zonas menos concorridas e mais remotas, nomeadamente nos Açores, onde há uma maior dificuldade de encontrar nadadores-salvadores disponíveis para cobertura das zonas balneares ao longo da época", afirmou, admitindo que "vai haver eventualmente alturas em que pode haver carência”.

 

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