Polícias manifestam-se contra cortes nas pensões

Protesto aconteceu no 28.º aniversário dos confrontos entre polícias na Praça do Comércio.

Foto
Sindicato diz que há polícias com 400 euros de reformas Paulo Pimenta

Cerca de meia centena de polícias e sindicalistas manifestaram-se nesta sexta-feira em Lisboa contra cortes nas pensões, aproveitando o 28.º aniversário dos confrontos entre polícias na Praça do Comércio, que ficaram conhecidos como “secos e molhados”.

Os polícias, muitos deles reformados, empunharam cartazes onde se podia ler frases como “Dizemos Basta, Vencimentos Congelados, Índices Congelados” ou “50 anos de descontos, 50% de reforma”.

A manifestação, que decorreu pacificamente e sem palavras de ordem, foi organizada pelo Sindicato Independente Livre da Polícia (SILP), um dos muitos sindicatos daquela força de segurança.

Os reformados da PSP “estão a ser muito penalizados com os cortes nas suas reformas”, disse a presidente do SILP, Mónica Sério, que lamentou a grande diferença entre os cortes nas reformas sofridos pela PSP e pela GNR (com menores cortes). “Neste momento temos reformados da PSP a passar necessidades, levando cortes de cerca de 400 euros por mês”, assegurou.

António Ramos, antigo dirigente sindical e que há 28 anos esteve na Praça do Comércio quando o Corpo de Intervenção carregou contra os polícias que exigiam sindicatos na corporação, lembrou os momentos difíceis de então para concluir: “Hoje a situação é bem pior."

É que, justificou, quando os agora reformados entraram para a PSP, há “30 ou 40 anos”, foi-lhes dito que teriam a reforma por inteiro aos 55 anos. “Neste momento é uma vergonha o que estão a fazer aos polícias, que cumpriram o contrato, deram tudo o que tinham, e agora ficam sem 400 euros da sua reforma”.

A lei que uniformiza as regras de cálculo para os elementos das forças de segurança, para efeitos de aposentação, deixou de fora alguns polícias (aposentados antes de 2014 e 2015), disse António Ramos, estimando em 500 os elementos que estão a sofrer os maiores cortes nas pensões.

Sugerir correcção
Comentar