Não havendo uma bolsa de apostas para aferição dos favoritos à vitória na prova masculina do Campeonato Nacional Individual Absoluto/Peugeot, não deixa de ser evidente que Pedro Lencart ocupa o primeiro lugar neste capítulo.  

O jogador do CG Miramar não só defende o título entre amanhã e terça-feira no campo do Santo Estêvão Golfe, entre 99 jogadores, como tem protagonizado uma época interna quase imaculada. A 19 de Março, venceu na Penha Longa o 2.º Torneio Circuito FPG com uma fabulosa recuperação na segunda e última volta (estava a 6 pancadas do líder, Vítor Lopes, de Vilamoura, aos 18 buracos), antes de bater Nathan Brader (CG Vilamoura) no play-off. 

Na quinta-feira da semana passada, ganhou pela segunda vez consecutiva o Campeonato Nacional de Clubes de Sub-18, no Oporto (onde o ano passado conquistou o Campeonato Nacional Individual Absoluto), tendo sido, como em 2016, o melhor jogador da prova com voltas de 70-69-67. 

“Joguei sempre muito sólido do tee ao green, falhando apenas seis greens no total dos três dias. Infelizmente no green não estive ao nível que pretendia, mas mesmo assim fui melhorando de dia para dia”, afirmou relativamente a este último torneio. 

De registar ainda as vitórias nos dois torneios do Circuito Drive em que participou, a 27 de Fevereiro no Oporto, e a 26 de Março no Montebelo, Viseu; e o segundo lugar, em Janeiro, no 1.º Torneio Circuito FPG, em que perdeu no desempate para Vítor Lopes depois de ter terminado empatado com este no “tempo” regulamentar. 

Como é que está ele a encarar a defesa do título? “Neste momento o meu foco são as potenciais provas internacionais sendo que no calendário de Portugal esta faz parte de uma prova que considero importante”, responde. 

Em relação ao palco da prova, afirma: “Enquanto jogador tenho que conseguir preparar-me para qualquer campo que tenha no meu calendário, contudo não me posso esquecer que no mesmo Campeonato que ganhámos na semana passada [Nacional de Clubes Sub-18], no anterior em Santo Estevão concluí com -13.” 

Diz também que não fez qualquer trabalho direcionado em particular para o Nacional Individual: “Preparo-me ao longo de toda a época e não para momentos específicos. Não gosto de preparações de última hora.” 

Quanto aos seus principais adversários, recusa identificá-los: “A minha preparação para os torneios é sempre focada em mim mesmo. Naturalmente, quando todos entram em campo, são rivais uns dos outros, desta forma não posso destacar nenhum em especial.” 

Desde a década de 90 do passado século, houve quatro jogadores que conseguiram vencer duas vezes seguidas no Nacional Individual Absoluto: Stephane Ferreira (1997 e 1998), Pedro Figueiredo (2007 e 2008), Gonçalo Pinto (2011 e 2012) e Tomás Silva (2014 e 2015), este último tendo sido vice-campeão em 2016 e entretanto já a competir como profissional. 

Além de Tomás Silva, é de referir ainda as ausências do gémeos João e Afonso Girão (do Oporto) e de Francisco Oliveira (Vilamoura), que se encontram a estudar e a jogar golfe nos Estados Unidos, e que seriam sempre jogadores a ter em conta na questão do título. 

Além de Pedro Lencart, as atenções estarão centradas nos seguintes jogadores: 

Vítor Lopes (Vilamoura), 2.º e 4.º classificado nas duas últimas edições, vencedor da Taça FPG em 2014, n.º 1 nacional amador em 2015. 

Tomás Melo Gouveia (Vilamoura), detentor da Taça da FPG (o outro major amador de Portugal) e que não tem competido no Nacional porque nos últimos quatro anos esteve nos Estados Unidos a estudar. 

Gonçalo Costa (Lisbon SC), 3.º classificado em 2014, e com rodagem feita entre segunda e quarta-feira no Guardian Bom Sucesso Classic, do Portugal Pro Golf Tour. De entre os candidatos, é o que tem mais experiência.

Tomás Bessa (Miramar), com 2 top-10’s nas duas últimas edições e, como Gonçalo Costa, com rodagem feita no Portugal Pro Golf Tour, mas com dois torneios e não um, tendo feito duas voltas abaixo do par em cinco realizadas. 

Nathan Brader (Vilamoura), 6.º em 2016 empatado com Afonso Girão, e com o registo do 2.º lugar no 2.º Torneio Circuito FPG, em que só foi batido por Pedro Lencart no play-off. 

Vasco Alves (Oporto), com 2 top-10’s em 2015 e 2016, é provavelmente o segundo melhor boy a actuar em Portugal a seguir a Lencart.

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