Um polícia morto em tiroteio em Paris. Daesh reivindica ataque

Outros dois agentes ficaram gravemente feridos num tiroteio no centro da capital francesa. Atacante foi abatido. Polícia aconselha a evitar Campos Elísios.

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Reuters/CHRISTIAN HARTMANN
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Um tiroteio no coração da capital francesa, nos Campos Elísios, provocou a morte de pelo menos um polícia e deixou outros dois agentes em estado grave. Segundo a porta-voz da polícia gaulesa, pelo menos um atacante saiu de um carro e dirigiu-se aos agentes que vigiavam a área próxima da estação de metro Franklin Roosevelt, pelas 21h locais (20h em Lisboa), disparando uma arma automática. O jornal Le Monde diz que um transeunte foi também atingindo, não se sabendo com que gravidade. 

O Daesh reivindicou o ataque, informou a agência de propaganda jihadista Amaq, poucos minutos depois de o Presidente francês, François Hollande, se ter mostrado convencido de que este ataque estava relacionado com terrorismo. "Estamos convencidos de que as pistas são de natureza terrorista". 

O atacante, identificado pelo grupo terrorista como Abu Yousif, "o belga", foi abatido pelas autoridades e a Reuters noticiou que a sua identidade era já conhecida pelos serviços de segurança. Ainda não é claro se o incidente foi provocado por um ou mais atiradores.

Num primeiro momento foi noticiado que um dos polícias feridos tinha morrido mas a informação foi desmentida pelo porta-voz do ministro do Interior, que acrescentou que não está excluída a possibilidade de o ataque ter sido provocado por mais do que uma pessoa.

A unidade de antiterrorismo da procuradoria francesa abriu uma investigação ao caso e a casa do suspeito abatido foi revistada pelas autoridades. A zona dos Campos Elísios foi encerrada, bem como as estações de metro nas proximidades, e as autoridades pediram às pessoas para que não se aproximassem.

Chelloug, assistente de cozinha, contou à Reuters o que viu: “Eu saí da loja da Sephora e estava a andar pelo passeio onde parou um Audi 80. Um homem saiu e abriu fogo com uma kalashnikov contra um polícia”. “O polícia caiu. Ouvi seis tiros, estava com medo. Tenho uma filha de dois anos e pensei que ia morrer. Ele disparou directamente contra o agente da polícia”, afirmou ainda a testemunha.

O primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, já expressou no Twitter as suas condolências à família do polícia morto. Dois dos candidatos presidenciais às eleições francesas, Marine Le Pen e François Fillon, cancelaram todas as acções de campanha marcadas para esta sexta-feira.

Este incidente acontece a três dias da primeira volta das eleições francesas, agendada para domingo, e enquanto decorria o último debate entre os candidatos presidenciais.

Na passada terça-feira dois homens, de 23 e 29 anos, foram detidos em Marselha. Os dois tinham intenção de agir “nos próximos dias”, disse o ministro do Interior, Matthias Fekl.

Foram detidos por associação criminosa terrorista no âmbito de uma investigação aberta em Paris — e outra em Marselha, que depois se verificou dizer respeito aos mesmos suspeitos. Eram activamente procurados desde o final da semana passada.

Sabe-se ainda que os dois suspeitos foram radicalizados na prisão, segundo indicou fonte policial ao Le Monde

O ministro do Interior disse antes em entrevista ao semanário Journal du Dimanche que as presidenciais vão contar com uma segurança reforçada com 50 mil polícias e gendarmes, apoiados por militares. A sua preocupação não era apenas o terrorismo de inspiração islamista, mas também “actos de extremistas de qualquer tendência", garantia.

A França está sob estado de emergência desde 2015. Nos últimos dois anos, mais de 230 pessoas morreram em ataques terroristas motivados pelo extremismo islâmico maioritariamente perpetrados por homens que cresceram e viviam em solo francês ou na Bélgica. 

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