Incêndios no norte do país mobilizam 261 operacionais

Combate às chamas no Norte conta com o apoio de 80 viaturas e um meio aéreo, de acordo com a Protecção Civil.

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Miguel Manso

Nesta quinta-feira, 261 operacionais apoiados por 80 viaturas combatiam ao início da madrugada oito incêndios activos no Norte do país, de acordo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANCP) e as informações disponíveis de manhã cedo.

Os incêndios lavravam nos distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Porto. O que mobilizava mais meios era o de Caldelas, em Amares, no distrito de Braga, estando envolvidos no combate às chamas 31 elementos e dez veículos de apoio. A Protecção Civil dava conta à mesma hora de outros dois incêndios, envolvendo 17 homens e seis viaturas, e outros seis em conclusão, estando nos locais 115 pessoas e 32 veículos.

Pelas 3h30 lavravam em Braga três incêndios (Caldelas, Seramil e Parada do Bouro), combatidos por 43 operacionais e 13 meios terrestres, com um quarto em conclusão em Oriz.

Já em Viana do Castelo, 14 operacionais combatiam dois fogos activos em Lourido e Tamente, e um terceiro em fase de rescaldo em Penacova.

Para o incêdio que se regista desde as 1h39 em Lourido, a Protecção Civil accionou um meio aéreo. De acordo com fonte do Comando Operacional de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, as chamas lavram em zona de mato, do concelho de Ponte da Barca. No terreno encontravam-se pelas 09h00, mais de 20 operacionais dos Bombeiros Voluntários de Ponte da Barca, Sapadores Florestais e Grupo de Intervenção da GNR (GIPS).

Os incêndios de Braga e Viana do Castelo estão a ser combatidos por 57 operacionais. O que deflagou em Vila Real já se encontra em fase de resolução, mas conta ainda com 121 operacionais, apoiados por 39 meios terrestres, de acordo com a Protecção Civil, de forma a evitar reacendimentos.

O segundo comandante operacional distrital de Vila Real, Manuel Borges Machado, disse à Lusa que o fogo está em "fase de rescaldo". Contudo na zona continua a sentir-se o "vento muito forte" e, por isso, salientou que é preciso manter os operacionais no terreno para evitar projecções e reacendimentos.

Segundo o comandante, durante o dia, vão manter-se no local "pelo menos 50 bombeiros". O incêndio deflagrou pelas 14h30 de quarta-feira, perto da aldeia de Vila Nova, na freguesia da Campeã, e queimou uma "área substancial" de povoamento florestal e mato, chegando a passar para a zona de Amarante.

O Itinerário Principal 4 (IP4) esteve cortado na zona do Alto de Espinho, na serra do Marão, durante várias horas devido ao fumo intenso e para ajudar no posicionamento dos meios para o combate. A via foi reaberta durante a noite, depois da chuva forte ter ajudado a controlar e a apagar as chamas.

O presidente da Junta de Freguesia da Campeã, António Portela, fala em elevados prejuízos provocados por este fogo, que queimou mata privada e pública, onde havia muitos pinheiros, carvalhos, azevinhos e castanheiros.
"O pulmão desta zona está aqui, na Campeã", frisou.

As causas do incêndio ainda vão ser apuradas mas, de acordo com o autarca, este poderá ter tido origem numa queima de sobrantes que se terá descontrolado. Por esta razão, António Portela apelou à população para ter mais cuidado e alertou que os terrenos estão muito secos e há pouca humanidade atmosférica.

Vento forte dificulta combate às chamas

O vento "muito forte", os "declives acentuados" e os "difíceis acessos" estão a dificultar o combate ao incêndio que lavra desde as 22h de quarta-feira na Peneda Gerês, afirmou esta quinta-feira o responsável da protecção civil de Ponte da Barca.

Em declarações à Lusa, Inocêncio Araújo adiantou que o fogo "tem três frentes activas enormes" cuja extensão não conseguiu quantificar. Segundo o responsável "as três frentes estão viradas às povoações de Ermida, Germil/Lourido e Sobredo", todas na área do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).

"O vento é muito forte e as chamas atingiram uma extensão enorme. Com o calor previsto para a tarde e se não forem reforçados os meios, sobretudo aéreos, para atacar e estancar as chamas vão propagar-se montanha acima e podem aproximar-se das povoações", referiu. 

De acordo com a informação da Protecção Civil, "destaca-se para os próximos dias a existência de um cenário desfavorável em termos de incêndios florestais", assente em temperaturas máximas que podem atingir valores entre os 28 e os 30 graus Celsius na generalidade do território, "situação que poderá manter-se nos próximos três dias".

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