Possibilidade de sarampo se propagar nas escolas é "muito reduzida"

Director-geral da Saúde explica que cobertura da vacinação é muito alta e fornece email para representantes das escolas esclarecerem dúvidas.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A possibilidade de propagação do vírus do sarampo em meio escolar é “muito reduzida”, assegura o director-geral da Saúde, Francisco George, num comunicado divulgado esta quarta-feira e no qual adianta que a cobertura da vacinação em Portugal “é muito alta (98% para a primeira dose e 95% para a segunda dose)”.

Reafirmando que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida” pela vacinação, Francisco George frisa que “a rede de equipas de saúde escolar e todas as unidades dependentes do Ministério da Saúde estão disponíveis para apoiar a comunidade escolar”.  E fornece um endereço para os representantes das escolas que necessitem de esclarecimentos: infosarampo@dgs.pt.  

O director-geral lembra ainda que a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) dá "respostas concretas" às questões colocadas por telefone.

Sublinhando, mais uma vez, que a vacinação é reconhecida como a principal medida de prevenção, que é gratuita e está disponível, Francisco George recorda que no Programa Nacional de Vacinação se recomenda a imunização com duas doses, aos 12 meses e aos cinco anos de idade.

Na manhã desta quarta-feira, na conferência de imprensa depois de conhecida a morte de uma adolescente de 17 anos, com sarampo, que não resistiu a uma pneumonia bilateral, o director-geral já tinha apelado à confiança e garantido que a propagação do vírus em Portugal não será fácil. “O fogo não encontra força para se propagar perante a água”, ilustrou, para sublinhar a eficácia da vacinação contra a doença. “A nossa situação tem sido relatada no exterior e motiva inveja”, disse, citado pela Lusa. A jovem não estava vacinada.

O ministro da Saúde sublinhou então que o surto de sarampo está "em vias de resolução". Em Portugal estão, para já, confirmados 21 casos de sarampo, e desde sexta-feira não há notícia de outras situações. “Acreditamos que estamos no início de um processo de estabilização”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

O governante sublinhou a importância da população confiar nos serviços de saúde e do dispositivo montado para responder a este surto que atinge Portugal, mas também outros países europeus, como a Itália, onde estão notificados 1 500 casos de sarampo. “O dispositivo está a funcionar, as autoridades de saúde estão a trabalhar, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação estão a trabalhar em conjunto para tranquilizar os pais. Não há razão para alarme”, enfatizou.

Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, apelou nesta quarta-feira à promoção da cultura científica, que considerou estar em défice em Portugal, por haver “ainda famílias que não vacinam as suas crianças”. Na cerimónia comemorativa dos 111 anos da Nova Medical School, em Lisboa, Manuel Heitor considerou que a morte da jovem com sarampo “só pode ser um apelo à promoção da cultura científica”.

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