Cinco riscos externos para as nossas contas públicas

O Programa de Estabilidade anota os cinco principais riscos externos para o Orçamento, três dos quais vindos da Europa.

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O Monte dei Paschi, exemplo de um banco com problemas sistémicos ainda não resolvidos na UE © Max Rossi / Reuters

Para além dos riscos de taxas de juro que podem afectar negativamente o cumprimento das metas traçadas pelo Governo para o défice, são identificados cinco outros riscos com origem fora de portas. 

Brexit, o desconhecido
O Governo reconhece como risco pendente que “as alterações no plano económico, político e institucional da União Europeia, decorrente da  saída do Reino Unido da UE”. Mas nunca quantifica esses riscos.

E em França, o que dá?
Neste ponto, o Programa de Estabilidade fala apenas de “resultados dos processos eleitorais a decorrer na Europa”. O primeiro dos quais, como sabemos, são as presidenciais em França - seguindo-se a Alemanha, em Setembro.

E a banca europeia? Segura-se?
Mais à frente, mais um receio vindo da Europa: “De entre os riscos que mais podem afetar diretamente o crescimento económico da área do euro, destaca-se o prolongamento da situação de fragilidade dos bancos europeus que pode dificultar a obtenção de créditos bancários às empresas e afetar o desenvolvimento da economia, especialmente em termos de investimento”. Mas o documento das Finanças vê uma potencialidade aqui: “O reconhecimento do problema a nível europeu pode promover uma solução única em termos europeus, beneficiando o crescimento económico.”

A América de Trump
“O impacto da política económica da nova presidência dos EUA”, nomeadamente as “opções por políticas protecionistas, as quais originam a redução de fluxos comerciais e da própria circulação de pessoas”. A este risco, segundo o Governo, deve somar-se outro vindo da América: “A normalização da política monetária dos EUA menos gradual, com uma subida mais rápida das taxas de juro federais, poderá ter um impacto negativo nas economias de mercado emergentes”;

Outras tensões mundiais
Mais um ponto assinalado no Programa: “As tensões geopolíticas associadas aos conflitos e guerras civis no Médio Oriente e África em acumulação com a não resolução do problema dos refugiados e dos movimentos migratórios que circundam a Europa.”

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