Chapecoense critica os “tristes acontecimentos” protagonizados pelos Super Dragões

O clube brasileiro emitiu um comunicado em que apela à "ética" e à "solidariedade humana".

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A Chapecoense incitou ao "respeito e concórdia" no desporto Reuters/PAULO WHITAKER

A Chapecoense emitiu esta quinta-feira um comunicado em que lamenta os “tristes acontecimentos” protagonizados na quarta-feira pelos Super Dragões. O cântico entoado pela claque afecta ao FC Porto foi “agressivo e de desrespeito à memória dos mortos e do clube”, pode ler-se na nota da direcção que foi publicada no site do emblema brasileiro.

O clube escreve que o que aconteceu não foi próprio “de pessoas de bem e do meio desportivo, cujo ambiente deve ser sempre de respeito e solidariedade ao adversário e não de propagação de ódio e cizânias, mormente nos conturbados tempos actuais da humanidade”.

O comunicado na íntegra:

A ASSOCIAÇÃO CHAPECOENSE DE FUTEBOL, em relação aos tristes acontecimentos ocorridos nesta semana em Portugal, quando uma parte da torcida do Clube do Porto, em disputa esportiva local, incitou o público presente, fazendo referência desairosa e ofensiva ao acidente do voo da Chapecoense, entoando canto agressivo e de desrespeito à memória dos mortos e do Clube, na lamentável tragédia ocorrida na Colômbia, manifesta-se com profundo pesar sobre tais fatos, que não são próprios de pessoas de bem e do meio esportivo, cujo ambiente deve ser sempre de respeito e solidariedade ao adversário e não de propagação de ódio e cizânias, mormente nos conturbados tempos atuais da humanidade.
No futebol, como em qualquer disputa no campo esportiva, deve se sobrepor o primado da ética e da solidariedade humana, sempre em busca do congraçamento e da felicidade das pessoas e dos povos, aliás, estes os objectivos maiores da vida.
Por fim, a Chapecoense, concita seus Clubes irmãos de Portugal e de todo o mundo para que disseminem o congraçamento, respeito e concórdia nas relações esportivas.

As várias reacções

O antigo presidente da Chapecoense Nilo Traesel também reagiu à polémica do cântico. Diz-se “muito triste” e afirmou que “a direcção do FC Porto deveria ter uma manifestação de repúdio, tomar uma posição e não resguardar-se por trás da claque”.

O guarda-redes da Chapecoense e ex-Benfica, Artur Moraes, disse que o sucedido foi "uma falta de respeito por todos" e "não pode passar em branco". O desejo expresso no cântico “não se deseja nem ao principal rival", afirmou o brasileiro.

O ex-FC Porto Souza, que actualmente joga pelos turcos do Fenerbahce, disse na sua página de Facebook que tem “nojo” dos Super Dragões, claque que o brasileiro acha que tem de “acabar”.

O conhecido adepto do FC Porto Manuel Serrão considerou “uma brincadeira de muito mau gosto” aquilo que os Super Dragões fizeram. O empresário elogiou ainda a maneira como o seu clube tratou do assunto: “O FC Porto fez muito bem, nem podia fazer outra coisa, nem eu esperava outra coisa”.

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