Viva La Guita!

É nesta altura que se tilintam mais copos de Finos e Manzanillas. Os mais apetecidos são os novos, sacados esta Primavera.

Em Sevilha já é semana santa desde domingo. Aqui também — mas em Sevilha nota-se mais. Melhor ainda é a Feria que já está à vista: vai de 30 de Abril até 7 de Maio. Fica-se em festa só de estar ali no meio. Este fim-de-semana é um soft opening, se é que os andaluzes concebem o que é soft.

É nesta altura que se tilintam mais copos de Finos e Manzanillas. Os mais apetecidos são os novos, sacados esta Primavera. Para dia 24, por exemplo, estão prometidas garrafas do sempre excelente Tio Pepe en rama de 2017.

Há algum tempo que El Consejo Regulador de Los Vinos de Jerez autorizou o rebujito, aconselhando até, para além do gelo e da gasosa, umas folhas de hortelã. Beltrán Domecq, o sábio presidente, declarou que o rebujito ”não prejudica a essência do vinho. Amplia as suas possibilidades de consumo”. O website útil e bonito do Consejo — www.sherry.wine/es — cita o Sherry Cobbler do século XIX como antepassado. Só não é inglês: é americano.

Fez-me lembrar um trabalhador da destilaria de Glenfiddich a quem perguntei qual era a melhor maneira de beber whisky de malte. Respondeu-me: “Não há melhor maneira.”

Chega a minha encomenda de Manzanillas e vou logo ver a data de engarrafamento. Hoje em dia a maioria dos códigos são fáceis de decifrar. Mas é refrescante verificar que a data de engarrafamento da Manzanilla La Guita (obra-prima de Eduardo Ojeda) é chapada logo no rótulo: Março de 2017. É assim mesmo. Sabe que vai ser bebida. Não tem nada a esconder. E é fresquinha que se quer.

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