Incêndio com explosões em empresa na Maia provoca cinco feridos

Incidente procovou cinco vítimas com queimaduras, duas em estado grave. A fábrica de lavagem de camiões-cisterna estaria a laborar em "situação irregular", diz vereador da Protecção Civil.

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Adriano Miranda
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Um incêndio industrial destruiu esta quarta-feira um armazém de lavagem de camiões de transporte de produtos químicos, na Maia, junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, provocando cinco feridos com queimaduras, dois em estado grave. Todos os envolvidos no acidente são funcionários na empresa de lavagem de veículos pesados, e têm entre 19 e 49 anos de idade.

O fogo deflagrou pelas 11h30 e foi dado como terminado por volta das 14h30 disse aos jornalistas, no local, o comandante dos Bombeiros de Moreira da Maia, Manuel Carvalho. As instalações da empresa, que segundo o munípio não tem licença para operar ali, ficaram “totalmente destruídas” e as chamas atingiram ainda dois camiões-cisterna e quatro carros, disse a mesma fonte. Ao longo da tarde permaneceram no local seis viaturas e 18 operacionais, por precaução.

O incêndio deflagrou na empresa A. J. Monteiro, em Vilar do Senhor, Vila Nova da Telha. Trata-se de uma unidade especializada na lavagem de camiões-cisterna que habitualmente transportam combustível. Nas casas junto ao local, os habitantes deram o alerta quando sentiram a explosão e viram uma nuvem negra de fumo.

O vereador da Protecção Civil da Maia, Mário Neves, adiantou, ainda no local, que se sabia que a fábrica “labora há alguns anos em situação irregular”. Em comunicado enviado às redacções, durante a tarde, a Câmara da Maia esclareceu que já mandara demolir as instalações em Dezembro de 2010, mas que a decisão ficou suspensa até Dezembro de 2015, por a empresa ter avançado com uma acção judicial. 

Nesse período, esclarece a autarquia, a A. J. Monteiro procurou legalizar a actividade no local, mas o pedido foi indeferido pelo município, tendo a empresa informado a câmara de que iria abandonar o local. “Promovida nova acção de fiscalização pelo serviço de Polícia Municipal constatou-se que a empresa A. J. Monteiro, ao contrário do compromisso assumido, não cumpriu com a cessação da sua actividade, estando, nesta altura em curso a prossecução de medida de tutela de reposição da legalidade urbanística”, adianta a autarquia no comunicado.

Ao início da tarde, Mário Neves já dissera aos jornalistas que o proprietário da empresa onde trabalhariam 11 funcionários informara a câmara que no final deste mês iria deslocalizar a empresa e começar a operar noutro concelho. “Os factos conduziram à cessação antecipada e de forma mais dramática”, disse. Mário Neves garantiu que no local de trabalho se cumpriam as medidas de auto-protecção e que “não se pode relacionar a falta de licenciamento com o sinistro”. A empresa que desenvolvia trabalhos com materiais inflamáveis esta instalada numa zona agrícola, com habitações perto.

O comandante dos Bombeiros de Moreira da Maia, Manuel Carvalho, disse que as causas do incêndio estão a ser investigadas, mas admitiu que este terá começado devido a um curto-circuito durante uma lavagem nas cisternas de um camião, por volta das 11h30. O incidente mobilizou 50 operacionais e 19 viaturas do INEM, dos Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia, dos Bombeiros Voluntários de Leça do Balio, Matosinhos-Leça, Pedrouços, Leixões, Portuenses, Ermesinde e S. Mamede de Infesta.

Controlado o incêndio, a preocupação da protecção civil da Maia, explicava o autarca Mário Neves, prendia-se com “questões de saúde pública e a protecção da população”. O comandante dos bombeiros garantiu, no entanto, que estava “tudo calmo e controlado”, situação que se confirmou ao longo a tarde.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adiantou que foi mobilizado um helicóptero daquele instituto para transportar os feridos para unidades hospitalares da área metropolitana. Duas das vítimas, ambas com queimaduras graves, foram transportadas para o Hospital de São João, no Porto, unidade que recebeu também um dos feridos ligeiros, indicou fonte do INEM. A mesma fonte indicou que foram transportados para o hospital de Gaia os outros dois feridos ligeiros resultantes do incêndio.

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