Autocarro do Borussia atingido por explosão. Polícia investiga carta encontrada no local

Equipa alemã deslocava-se para o estádio, onde deveria enfrentar o Mónaco na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Bartra teve de ser assistido no hospital e a partida foi adiada

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Reuters/Kai Pfaffenbach
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Três explosões atingiram nesta terça-feira o autocarro do Borussia Dortmund, provocando estragos em várias janelas do veículo (equipado com vidro particularmente resistente, o que evitou maiores danos) e causando ferimentos num jogador. O incidente aconteceu quando faltava pouco mais de uma hora para o italiano Daniele Orsato dar o apito inicial para o Borussia Dortmund-Mónaco, um dos encontros mais aguardados dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, e levou ao adiamento da partida, reprogramada para a tarde desta quarta-feira (17h45) com segurança reforçada. A polícia estava a fazer buscas para encontrar um carro de matrícula estrangeira alegadamente relacionado com a situação e, em conferência de imprensa, anunciou ter encontrado uma carta junto ao local do incidente, que reivindica a autoria do ataque e cuja autenticidade estava a ser verificada.

As explosões ocorreram num local a aproximadamente dez quilómetros do estádio e atingiram o autocarro que tinha acabado de deixar o hotel onde a equipa se encontrava alojada — e onde também viajava o internacional português Raphaël Guerreiro. O defesa espanhol Marc Bartra sofreu ferimentos no braço, provocados pelos estilhaços das janelas, e teve mesmo de ser submetido a uma cirurgia ao pulso direito.

“O autocarro entrou na estrada principal e subitamente ouviu-se um grande estrondo. A polícia chegou rapidamente ao local e tomou conta da situação. Estávamos todos em choque. Após a explosão baixámo-nos todos e quem conseguiu deitou-se no chão. Ninguém sabia o que estava a acontecer”, contou o guarda-redes Roman Bürki, que estava sentado ao lado de Marc Bartra, no autocarro.

Segundo as informações prestadas pela polícia de Dortmund, foram três os engenhos explosivos que rebentaram junto do autocarro do Borussia Dortmund no cruzamento das ruas Wittbräucker e Schirrmannweg. “Tudo nos leva a supor que se tratou de um ataque direccionado”, admitiu o comissário Gregor Lange. Um quarto objecto não chegou a ser deflagrado. “Os explosivos podem ter estado escondidos nas sebes de um parque de estacionamento”, indicaram as autoridades. Após as primeiras averiguações, a polícia descreveu o incidente como um “ataque grave com explosivos”, dando a entender não existir origem terrorista.

“A equipa está em choque mas tem de preparar o jogo para amanhã tão profissionalmente quanto possível, mesmo que não seja fácil”, dissera o director executivo do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, mostrando-se resignado quando à necessidade de jogar na quarta-feira: “O que podemos fazer? Não há alternativa, porque a janela é apertada entre os quartos-de-final e as meias-finais.”

Os adeptos do Mónaco que viajaram até Dortmund manifestaram-se no estádio, em solidariedade com o Borussia. E o clube alemão lançou a iniciativa #bedforawayfans (cama para os adeptos visitantes), com o objectivo de permitir aos apoiantes do emblema monegasco pernoitar na cidade alemã e poder assistir à partida desta tarde. O Mónaco anunciou que reembolsaria até 80 euros os adeptos que ficassem em hotéis de Dortmund para assistir ao jogo.

“Estamos no estádio, num local seguro, mas o sentimento é horrível”, confessou o guarda-redes do Mónaco, Danijel Subasic.

Este incidente volta a marcar uma ameaça de segurança a um jogo de futebol. A 13 de Novembro de 2015, em Paris, uma série de ataques em locais públicos, incluindo o Stade de France, onde a selecção francesa defrontava a Alemanha, provocou 130 mortos. Quatro dias depois, na Alemanha, foi cancelado o encontro particular entre a selecção alemã e a Holanda, que deveria realizar-se em Hanôver, por razões de segurança. O estádio foi evacuado a poucos minutos do início da partida. Dias antes, o “risco de atentado” já tinha levado ao cancelamento do jogo Bélgica-Espanha, em Bruxelas.

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