Coreia do Norte diz-se preparada para "qualquer tipo de guerra"

Regime de Pyongyang reagiu a ameaças dos EUA defendendo que a "grave situação" justifica o aumento das suas capacidades militares.

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Forças navais americana e sul-coreanos encontram-se neste momento em novos exercícios militares nas águas da península coreana LUSA/JEON HEON-KYUN

“A Coreia do Norte está preparada para reagir a qualquer tipo de guerra desejado pelos EUA”, declarou um porta-voz dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang, sem pôr de lado a ameaça de um ataque nuclear ao território continental dos Estados Unidos.

É inegável que a mensagem passou,quando este fim-de-semana, após o encontro na Florida com o Presidente chinês, Xi Jinping, Donald Trump deu ordens para que o porta-aviões USS Carl Vinson e outros navios de guerra americanos invertessem a marcha que os levaria à Austrália e se dirigissem à península coreana, no Pacífico. Mas que a mensagem dos EUA tenha provocado resultados diferentes dos habituais, não parece, para já, ser o caso.

O jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun ameaçou afirma na edição desta terça-feira que o país está preparado para responder a qualquer agressão dos EUA, diz a Reuters. "O novo forte exército revolucionário está a observar com atenção todos os movimentos do inimigo e atenção da força nuclear está focada na bases invasoras dos EUA, não só na Coreia do Sul mas também no teatro do Pacífico e no território continental norte-americano", diz o o jornal.

O regresso do contingente naval dos Estados Unidos à região foi entendido como forma de a Administração americana colocar sob pressão não só o regime norte-coreano, que continua a desrespeitar as resoluções da ONU relativas ao seu armamento nuclear, mas também sobre o seu mais poderoso aliado na região, a China. Antes do encontro, Donald Trump dissera acreditar que a China poderia fazer mais para pressionar a Coreia do Norte a abandonar o seu programa nuclear. Posteriormente, representantes da Casa Branca declararam que na pressão a Pyongyang nenhuma hipótese, incluindo ataques preventivos, está posta de parte.

Mas Pyongyang continua a responder sem dar mostras de intimidação.“A continuação desta grave situação demonstra de novo que era inteiramente justificado que a Coreia do Norte aumentasse de todas as formas as suas capacidades militares para auto-defesa e ataques preventivos com uma força nuclear como pivot”, diz a agência noticiosa oficial norte-coreana, citada pelo Guardian.

Hua Chunying, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que o país segue “muito atentamente” a situação e pede contenção: “Acreditamos que, tendo em conta a situação actual, todos os envolvidos devem conter-se e evitar actividades que possam levar a um escalar da tensão”.

Na Coreia do Sul, segue-se o que se passa no vizinho do Norte com especial urgência, porque no sábado cumpre-se o 105º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, fundador do regime norte-coreano, e especula-se que a data possa ser assinalada com um aquele que seria o sexto teste com armas nucleares na Coreia do Norte.

Está prevista uma parada militar em Pyongyang e uma sessão da Assembleia, com delegados vindos de todo o país, relata a Reuters.

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