A Lei de Murphy não tem de ser uma maldição – para Milo, é uma dádiva

A Lei de Milo Murphy é a nova série de animação do Disney Channel que se foca no optimismo de um protagonista dado à catástrofe e tem mão dos produtores de Phineas e Ferb.

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Dan Povenmire e Jeff "Swampy" Marsh Disney

Quando tudo parece correr mal, temos duas hipóteses – podemos escolher ficar presos às adversidades que a vida nos põe no caminho ou fazer o melhor que conseguimos com as circunstâncias que temos. É essa a mensagem que está na base de A Lei de Milo Murphy, a nova série de animação do Disney Channel que se estreia esta segunda-feira às 18h20 e é da autoria dos produtores de Phineas e Ferb, Dan Povenmire e Jeff “Swampy” Marsh. Milo é um menino de 13 anos que é descendente do engenheiro aeroespacial Edward Murphy e, tal como todos os seus antepassados masculinos, é a personificação da Lei de Murphy. O caos segue-o para todo o lado, mas Milo mantém uma inabalável atitude positiva face às dificuldades. “Milo é eternamente optimista e positivo perante tudo. Ele acha que tudo o que lhe acontece torna a vida dele mais interessante e divertida”, explica Jeff “Swampy” Marsh, ao telefone com o PÚBLICO a partir de Londres.  

Até o mais simples dos dias se pode tornar uma aventura para Milo. Quando vai a uma visita de estudo, os travões da camioneta onde segue desmantelam-se. Quando tem de proteger um ovo para um trabalho da escola, compra várias embalagens e cria sucessivas estratégias para conseguir cumprir uma tarefa que à partida não seria tão exigente. Quando vai assistir a um concerto de ópera, o palco colapsa por completo. “Onde quer que ele vá, o que acontece é de doidos, mas ele tem uma mochila cheia de ferramentas que lhe podem ser úteis nessas ocasiões, é um miúdo muito habilidoso”, explica Dan Povenmire.

A audácia e a abertura de Milo permitem-lhe manter o entusiasmo em todas as circunstâncias – com a ajuda, claro, dos seus amigos Melissa e Zack, que inicialmente se mostram reticentes mas logo alinham nas suas peripécias. O primeiro episódio foca, aliás, o dia em que Zack conhece Milo, mesmo antes de estar a par do seu título de “rapaz mais azarado da cidade”. A dada altura, Zack diz: “Como é que consegues viver assim, com um ciclone de calamidade que te segue para todo o lado?”, ao que Milo responde, “Como é que TU consegues viver assim?”, apontando a monotonia de uma vida sem infortúnios.

A propensão para o desastre é parte integrante da vida de Milo Murphy e, por isso, este está condicionado a estar sempre à espera de obstáculos, mas nunca lamenta a sua situação nem entra em pânico, antes estranha se tudo decorre dentro do habitual. Há uma cena em que Milo olha à volta do seu quarto e tudo está normal, ao que ele diz: “Isto é peculiar”. No mesmo momento, uma árvore cai e parte a janela do quarto. “Assim está melhor”, nota o rapaz.

O destemido Milo foi construído com base na personalidade de um amigo dos criadores. “Ele é muito positivo sobre tudo o que se passa na vida dele. É como se ele fosse a Lei de Murphy em si mesmo”, explica Dan Povenmire. À semelhança de Phineas e Ferb, também nesta série Dan Povenmire e Jeff “Swampy” Marsh dão voz às suas próprias personagens, num processo que “Swampy” caracteriza como “estar sentado numa sala a fazer vozes tontas e dizer coisas tontas”. Os também produtores interpretam Vinnie Dakota e Balthazar Cavendish, dois viajantes do tempo que vêm do futuro para proteger os pistácios da extinção. “Esse é o enredo principal da temporada; nunca tivemos a oportunidade de construir uma história com clímax como este”, diz Dan Povenmire, que fala também do processo de escrita das músicas que aparecem na série. “Primeiro pensamos num refrão que possa ficar na cabeça das pessoas e depois construímos a música e vemos em que parte da história pode encaixar”.

De acordo com os criadores, a história de A Lei de Milo Murphy passa-se no mesmo universo de Phineas e Ferb, o que quer dizer que poderá haver referências pontuais à famosa série da Disney que arrecadou três Emmys. Mas os produtores não querem ficar presos ao fenómeno que marcou o seu trabalho anterior. “Isso aconteceu num determinado momento e não vai necessariamente repetir-se. Queríamos apenas que esta fosse uma peça complementar para estar lado a lado de [Phineas e Ferb]”, remata Dan Povenmire.

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