EMEL volta a instalar parquímetros em Carnide

O centro histórico da freguesia lisboeta esteve menos de 24 horas sem os parquímetros que a população arrancou. Presidente da junta pede calma, mas garante que não vai desistir de lutar.

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Na quinta-feira, membros da junta de freguesia e alguns moradores foram à câmara entregar um abaixo-assinado contra a entrada da EMEL no centro de Carnide Margarida Basto

A câmara pediu a “reinstalação imediata”, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) cumpriu. Os 12 parquímetros que a população de Carnide arrancou das ruas do centro histórico na quarta-feira à noite foram recolocados na quinta-feira, disse ao PÚBLICO o presidente da junta de freguesia.

"Puseram-nos ontem à noite", afirmou Fábio Sousa, que nota nesta atitude da EMEL e da câmara "uma marcação de posição" face aos cerca de 200 moradores e comerciantes que decidiram retirar os equipamentos de quatro ruas do centro da freguesia. "Veio a confirmar-se tudo o que nós dizíamos: que nada estava danificado, que não houve vandalismo nenhum", acrescentou o autarca comunista.

O PÚBLICO tentou obter mais esclarecimentos junto da EMEL, mas até ao momento ainda não foi possível.

"Já pedimos alguma tranquilidade às pessoas para não danificarem nada", disse Fábio Sousa, que afirma que "esta população é pacífica" - mas não desistirá de lutar pelo que acha justo. 

Moradores, comerciantes, instituições e junta de freguesia estão contra a cobrança de estacionamento no centro de Carnide porque, alegam, isso nunca foi previamente discutido com ninguém. Reclamam, além disso, que a câmara concretize finalmente os três projectos do Orçamento Participativo que a freguesia ganhou em 2012, 2014 e 2015. Eles prevêem a criação de um parque de estacionamento de 200 lugares e a requalificação de algumas ruas do centro.

"Vamos pela via judicial, utilizaremos todos os meios à nossa disposição", garantiu Fábio Sousa. O presidente da junta exige "um ponto de situação concreto sobre o projecto de 2014" e quer "eleger uma comissão de representantes dos moradores" para acompanhar o processo de criação do parque de estacionamento.

Para já, acrescentou, ainda não há mais acções previstas. Até porque, disse, a EMEL não vai fiscalizar o estacionamento naquelas ruas durante a próxima semana. "Na semana seguinte marcaremos uma reunião com a população e convidaremos a EMEL e o presidente da câmara a estarem presentes", afirmou Fábio Sousa. O autarca explicou ainda que "hoje mesmo" pediu "uma audiência com carácter de urgência" a Fernando Medina.

Na quinta-feira, o presidente da câmara disse que a retirada dos parquímetros pela população tinha sido um acto "profundamente lamentável" e acusou Fábio Sousa de ter manipulado os moradores. "Alguém que coordena, orienta, manipula e incita, sendo essa pessoa um responsável político eleito", indignou-se Fernando Medina à SIC Notícias. 

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