Maioria dos americanos não abdica da privacidade, mesmo para prevenir atentados

Na sondagem da Reuters e da Ipsos, 75% dos inquiridos não estão dispostos a partilhar os seus e-mails pessoais, chamadas telefónicas e os registos da actividade online.

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Reuters/KACPER PEMPEL

A maioria dos americanos não está disposta a partilhar os seus e-mails pessoais, chamadas telefónicas e os registos da actividade online com os investigadores e responsáveis pelas questões do terrorismo – mesmo que isso ajude a evitar atentados. Esta é a principal conclusão de uma sondagem realizada pela Reuters e pela Ipsos divulgada esta terça-feira.

A sondagem mostra que os americanos se mostram mais relutantes em partilhar informações pessoais do que um estudo semelhante realizado há quatro anos. Em concreto, 75% dos inquiridos afirmam que não permitiriam que os investigadores inspeccionassem a sua actividade na Internet para ajudar no combate doméstico contra o terrorismo. Em Junho de 2013, foram 67% dos inquiridos que responderam a mesma coisa.

Mas a população americana está ainda mais dividida quando se pergunta se o Governo está a realizar vigilância a mais, mostrando que, embora esteja profundamente preocupada com a sua própria privacidade, existe ainda uma base de apoio aos programas de espionagem americanos que são capazes de verificar informações pessoais.

O Congresso norte-americano vai debater este ano a vigilância do Governo e os limites para a capacidade governamental em consultar dados sem mandado judicial.

De acordo com esta sondagem, realizada entre os dias 11 e 20 de Março, 32% dos inquiridos dizem que as agências de informação como o FBI ou a Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês) estão a conduzir “tanta vigilância quanto o necessário” e 7% dizem que querem mais vigilância. Outros 37% dos adultos americanos que responderam ao inquérito afirmam que estas agências estão a “conduzir demasiada vigilância aos cidadãos americanos”. Os restantes 24% não souberam responder.

No final do ano o Congresso terá de decidir se autoriza a utilização de uma secção da lei da espionagem, que expira em Dezembro, e que permite às agências de informação americanas recolher largas quantidades de comunicações de cidadãos estrangeiros, mas que acaba por, acidentalmente, interceptar também as comunicações de americanos.

A sondagem da Reuters e da Ipsos foi conduzida em inglês na Internet em todos os 50 estados americanos. No total responderam 3307 pessoas, das quais 1209 republicanos e 1355 democratas.  

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