Cheias e calor: os desafios de Lisboa num planeta com o clima alterado

Combater o aumento da temperatura média e os efeitos catastróficos das precipitações intensas são prioridades da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas de Lisboa

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ENRIC VIVES-RUBIO

Mais zonas verdes para combater as temperaturas elevadas e zonas capazes de reter a água de chuvas copiosas e assim evitar que zonas habitadas sejam inundadas são duas das apostas da Câmara de Lisboa para adaptar a cidade às alterações climáticas. Um desafio que tem de ser encarado por todos os concelhos do país e que levou à realização, no final da semana passada, do 1º Conselho Geral da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas.

O vereador da Estrutura Verde e Energia da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, disse ao PÚBLICO que, na capital, o tema é encarado como prioritário e o enfoque está “no aumento das zonas verdes e na construção de mais bacias de retenção de água natural”.  

A cidade já conta com mais de 150 hectares de áreas verdes mas ainda são necessárias mais zonas destas de modo a “combater as ilhas de calor, amenizar a temperatura e aumentar a captação de dióxido de carbono”, adiantou José Sá Fernandes. 

As inundações que ocorrem em Lisboa em dias com precipitação muito intensa e durante horas consecutivas são uma das principais vulnerabilidades da cidade. De modo a minimizar os potenciais efeitos da subida das águas serão criadas mais zonas de infiltração, nomeadamente na Ameixoeira e no Alto da Ajuda, trabalhando os terrenos de forma a aumentar a sua capacidade de absorção da água das chuvas. Pretende-se, igualmente, fazer o reaproveitamento deste recurso.

Com este compromisso, a Câmara de Lisboa pretende não só reforçar a resiliência climática do município, mas também melhorar o nível de conhecimento e consciencialização sobre as alterações climáticas, garante o vereador.

A Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas foi criada a em Dezembro do ano passado por 30 municípios portugueses, que elaboraram Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas, algumas das quais desenvolvidas no âmbito do projecto Climadapt.

Texto editado por Ana Fernandes

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