Rússia: Explosão no metro de São Petersburgo faz pelo menos 11 mortos

Há mais de 40 pessoas feridas. Comissão de Investigação está a tratar o caso como "um acto terrorista".

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Serviços de emergência no exterior da estação de metro da Praça Sennaia Reuters/ANTON VAGANOV
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  • Morreram 11 pessoas e há mais de 40 feridos na sequência de uma explosão numa carruagem do metro de São Petersburgo.
  • Foi encontrado e desactivado um segundo explosivo de fabrico caseiro noutra estação de metro.
  • Autoridades abriram investigação a "acto de terrorismo".
  • Vladimir Putin estava em São Petersburgo para um encontro com o Presidente da Bielorrússia.
  • Líder tchetcheno, aliado do Kremlin, condenou aquilo que chamou de "terrível ataque terrorista".

Uma explosão no metro de São Petersburgo fez pelo menos 11 mortos e 47 feridos, de acordo com o Governo russo. Imagens nas redes sociais mostram a porta de uma carruagem destruída e uma nuvem de fumo negro numa das estações. Não há qualquer confirmação oficial das causas por trás do incidente.

A Comissão de Investigação Russa, uma agência governamental com amplos poderes, está a tratar a explosão como "um caso de acto terrorista", embora garante que não abandone outras linhas de investigação.

Há fotografias de pessoas deitadas no chão, aparentemente feridas, de acordo com a Reuters. Foram encerradas todas as estações de metro, segundo a agência Interfax, que cita as autoridades do metropolitano. Na origem da explosão terá estado um aparelho "envolvido em elementos destrutivos", segundo a Interfax.

A ministra da Saúde, Veronika Skvortsova, disse que morreram 11 pessoas e 47 ficaram feridas. "Sete foram mortas no local, uma morreu enquanto estava a ser transportada para o hospital e 39 foram hospitalizadas. Duas das pessoas hospitalizadas morreram mais tarde por causa dos ferimentos", explicou. As autoridades locais decretaram três dias de luto.

As forças de segurança encontraram ainda um segundo explosivo "de fabrico artesanal" noutra estação de metro que foi desactivado, diz a Reuters. Alguns meios de comunicação russos divulgaram imagens captadas pelas câmaras de vigilância do metro em que se vê o alegado autor do ataque, mas essa informação não foi oficialmente confirmada.

O Presidente russo, Vladimir Putin, confirmou a existência de mortos e feridos, mas disse que as autoridades estão ainda a tentar apurar as causas do incidente. Putin diz que todas as hipóteses estão a ser avaliadas, incluindo a de um ataque terrorista. 

O líder russo tinha um encontro marcado com o homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, em São Petersburgo esta segunda-feira. A Alta-Comissária da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini, manifestou a sua solidariedade para com a Rússia. O líder tchetcheno, Razman Kadirov, um aliado do Kremlin, condenou aquilo que chamou de "ataque terrorista terrível" e pediu "castigos severos" para os seus autores.

A explosão ocorreu por volta das 13h40 (menos duas em Portugal continental) numa das carruagens de um comboio que fazia a ligação entre as estações da Praça Sennaia e do Instituto Tecnológico. Os primeiros relatos apontavam para a ocorrência de duas explosões, mas a Comissão Nacional de Anti-Terrorismo confirmou tratar-se de apenas uma.

O primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, foi o primeiro responsável a referir-se directamente à explosão como um "atentado terrorista". "Todos aqueles que foram feridos no ataque terrorista de São Petersburgo irão receber toda a ajuda médica necessária", afirmou Medvedev, num comunicado publicado no Facebook.

Nos últimos anos, as cidades russas têm sido alvo de atentados terroristas levados a cabo por militantes extremistas do Cáucaso, região que foi palco de duas guerras nas últimas duas décadas. No final de Dezembro de 2013, um duplo atentado suicida na estação de comboios e na estação de autocarros provocou 18 mortos. Os ataques, em dois dias consecutivos, foram atribuídos a jihadistas do Cáucaso.

Em 2010, morreram 39 pessoas quando duas bombistas suicidas tchetchenas se fizeram explodir no metro de Moscovo.

Desde que iniciou a sua intervenção militar na Síria, em Setembro de 2015, em nome da luta contra o terrorismo islamista, a Rússia tornou-se num alvo prioritário do Daesh. Em Outubro de 2015, um avião comercial russo com 224 pessoas a bordo foi derrubado quando sobrevoava o Egipto, naquele que foi tratado pelas autoridades russas como um atentado terrorista. O ataque acabou por ser reivindicado pelo braço do Daesh na Península do Sinai.

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