CGD já recebeu 2500 milhões de euros do Estado

Injecção fecha segunda parte da recapitalização do banco público.

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Rui Gaudencio

Mais do que prometido, era dinheiro devido, e esta quinta-feira o Estado colocou mais 2500 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos (CGD), via aumento de capital. Para o efeito, foram emitidas 500 milhões de novas acções, a cinco euros cada, elevando o capital social para 3844 milhões de euros.

Com este passo, fecha-se a segunda parte da recapitalização, com dinheiro público, após os 1444 já aplicados pelo Estado no início de Janeiro (900 milhões via absorção do capital contingente, os CoCo, mais 45 milhões de juros devidos, e outros 498,9 milhões de 49% da Parcaixa).

Junto dos investidores privados foram já arrecadados outros 500 milhões de euros, via obrigações perpétuas, com um juro de 10,75%. Ao todo, entraram 4444 milhões nos cofres do banco liderado por Paulo Macedo.

Em comunicado, o Ministério das Finanças sublinha que a recapitalização "assenta num plano de negócio que garante a sua competitividade e a sua rentabilidade de longo-prazo, bem como a modernização da sua estrutura comercial e do reforço do seu modelo de governação" e que se "perspectiva um retorno adequado" para o dinheiro aplicado pelo Estado.

Com o fim da segunda fase do processo de recapitalização, "Portugal fica com o seu principal banco em condições sólidas, assim contribuindo para o fortalecimento do sistema financeiro do país e para a dinamização da economia portuguesa", refere o ministério de Mário Centeno.

Para que o processo fique totalmente concluído falta ainda ir buscar mais 430 milhões de euros junto de investidores privados, algo que terá de fazer nos próximos 18 meses. No fim de contas, terá sido aplicado um total de 4874 milhões de euros.

Depois, há que aplicar no terreno as medidas que foram articuladas com Bruxelas, como o corte de pessoal e o encerramento de balcões, processo que pode prolongar-se até 2020.

Por parte da CGD, o banco afirma, em comunicado, que a conclusão "desta importante fase do plano de recapitalização e consequente reforço da sua solvabilidade" dá margem ao banco para se concentrar "na execução do plano estratégico 2017–2020".

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