Para ninguém ter dúvidas sobre os lugares dos justos e dos injustos

Negação, a história verídica do confronto em tribunal entre dois historiadores do Holocausto, é daquele tipo de filmes que se parecem fazer sozinhos, tão comprovada está a fórmula. A do “docudrama” como também noutras décadas se lhe chamava, com carga ligeiramente pejorativa.

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A história verídica do confronto em tribunal entre dois historiadores do Holocausto, a americana Deborah Lippstadt (em cujas memórias o argumento se baseia e é interpretada por Rachel Weisz) e o negacionista britânico David Irving (Timothy Spall em modo “espantalho”, a sublinhar desnecessariamente a repugnância moral inspirada pela personagem).

Ao leme está Mick Jackson, “relíquia” de outras décadas (foi o realizador de Bodyguard, com Kevin Costner e Whitney Houston), mas a verdade é que Negação é daquele tipo de filmes que se parecem fazer sozinhos, tão comprovada está a fórmula. A do “docudrama” como também noutras décadas se lhe chamava, com carga ligeiramente pejorativa.

Negação confere: é duma solidez ilustrativa, dum maniqueísmo telegrafado (como no tratamento da personagem de Irving) para ninguém ter dúvidas sobre os lugares dos justos e dos injustos, duma sobriedade académica que não deixa espaço para um laivo de imaginação na mise en scène. O seu tema atribui-lhe um interesse especial, mas nada que não pudesse passar, com igual eficácia, se Negação fosse servido como telefilme.

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