BE contesta venda do Novo Banco ao gigante imobiliário Lone Star

A deputada Mariana Mortágua diz que aguarda que o Governo dê informações sobre o facto de o Estado ficar com 25% do Novo Banco, mas sem direitos.

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Nuno Ferreira Santos

O Bloco de Esquerda (BE) veio já contestar a decisão de vender o Novo Banco, posição que reforça com a passagem da instituição para a esfera do gigante imobiliário Lone Star, mantendo-se o Estado com uma participação relevante, mas sem nenhuma contrapartida.

Em declarações ao PÚBLICO, a deputada Mariana Mortágua questiona a iniciativa da DGCOMp e do BCE, de autorizarem o Estado a ficar parceiro do Lone Star com 25% do Novo Banco, mas com a condição de não ficar com direitos políticos ou de fiscalização da gestão.

Mariana Mortágua lembrou que o BE tem uma “posição de princípio” de ser “contra a venda do Novo Banco”, e sublinhou que esta oposição sai reforçada com o facto de, segundo o que tem sido publicado nos últimos dias, as autoridades europeias permitirem que o Estado se torne “o garante da operação, mas sem qualquer poder, nomeadamente de cálculo de imparidades [avaliação dos activos problemáticos do Novo Banco], o que pode levar a desvalorizações e à necessidade de uma recapitalização pública”.

A deputada esclareceu ainda que “quanto mais se conhece do processo, mais parece ser uma solução semelhante à do Banif[ em que os contribuintes arriscam entregar como lucro ao Santander, o comprador, cerca de mil milhões de euros].” No entanto, Mortágua evidencia que “não o BE, à semelhança de toda a gente, ainda não conhece a configuração da operação e aguarda pelos detalhes.”  

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