Instalação de painéis solares em terrenos de antigas minas em estudo

Empresa de Desenvolvimento Mineiro quer aproveitar zonas reabilitadas de antigas explorações.

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Minas de urânio de Mondego Sul cessaram a extracção em 1991 Adriano Miranda

Os terrenos reabilitados de antigas minas podem servir para  produzir energia solar. A Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) está a estudar a instalação de painéis fotovoltaicos para fazer o aproveitamento destas zonas.

O anúncio foi feito neste sábado pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, na apresentação do projecto de recuperação das antigas minas de Mondego Sul, em Tábua, Coimbra.

O objectivo passa por aproveitar áreas cuja utilização esteja condicionada, explicou o presidente do conselho de administração da EDM, Rui Rodrigues. A empresa pública faz a recuperação ambiental de antigas áreas mineiras, sendo que alguns terrenos são convertidos em espaços com “valências turísticas ou culturais”. “Nalguns casos”, disse, o terreno “não pode ser utilizado nem para estes fins, nem para agricultura”.

Assim, a solução pode passar pela instalação de painéis fotovoltaicos. Além de resolver a questão da utilização dos terrenos, a exploração de energia solar pode significar a obtenção de receita que poderá ser reinvestida na recuperação de mais áreas. O responsável revela que está a decorrer um estudo de pré-viabilidade para perceber a rentabilidade e o custo da operação.

Para já, estão identificadas antigas minas em Mangualde, Nelas e Mértola como potenciais locais-piloto para testar a exploração e venda de energia à rede. Rui Rodrigues prevê que no final do primeiro semestre a EDM já tenha dados que permitam à tutela tomar uma decisão.

Cinco milhões para recuperar Mondego Sul

As antigas minas de Mondego Sul, em Tábua, vão ser alvo de uma intervenção para recuperar os terrenos que estão inutilizados desde que cessou a exploração de urânio. A reabilitação da antiga área mineira está avaliada em 5,4 milhões de euros, deve arrancar na segunda metade deste ano e demorar 11 meses. A intervenção é comparticipada em 78,1% por fundos comunitários.

O projecto apresentado ontem na Câmara de Tábua inclui a desarborização do espaço, a estabilização de taludes, a modelação da encosta com a criação de plataformas, a manutenção do espelho de água e o confinamento dos matérias sobrantes da exploração mineira. A empreitada prevê ainda a instalação de um sistema de drenagem, a construção de acessos e de uma vedação de portões de acesso ao terreno.

A exploração das minas, na albufeira da barragem da Aguieira, foi feita entre 1987 e 1991 pela Empresa Nacional de Urânio, sendo que o material seguia dali para as minas da Urgeiriça, onde era tratado. Os trabalhos deixaram uma cratera de 28 metros, hoje inundada com água.

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