1320 militares vão apoiar vigilância florestal

Militares envolvidos trocam fardamento habitual por equipamentos de protecção individual específicos para o exército.

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Militares vão focar-se também na vigilância pós-rescaldo Miguel Manso

O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse nesta quarta-feira que os militares que vão trabalhar em acções de vigilância do rescaldo de incêndios, não vão combater fogos nem pretendem substituir os bombeiros.

"Os militares vão começar a trabalhar na vigilância muito rapidamente e vão trabalhar depois no rescaldo e na vigilância do próprio rescaldo. Nós não queremos os nossos militares a combater incêndios. Não queremos que ninguém substitua os bombeiros, cada um vai ter a sua especialidade e especificidade", disse Jorge Gomes.

O governante deslocou-se à Base de Apoio Logístico (BAL) da Protecção Civil de Castelo Branco, onde 1320 militares do exército estão a receber formação, desde o início de Março. O objectivo é dar-lhes competências na vigilância activa pós-rescaldo de incêndios florestais em apoio à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

"O exército sempre esteve ao nosso lado (…). Entendeu este ano o chefe do Estado-Maior que devíamos fazer isto de uma forma estruturada, organizada e com formação", frisou.

Explicou ainda que os militares envolvidos vão andar com equipamentos de protecção individual específicos para o exército, ou seja, não vão andar com o fardamento habitual, mas com equipamento específico para o tipo de operação que vão realizar.

"São 1320 militares empenhados na defesa da floresta e no rescaldo dos incêndios. E é evidente que com a presença do exército na vigilância da própria floresta, dá-nos alguma tranquilidade e descanso e pensamos que possa dissuadir muita gente de ter comportamentos incorrectos", disse.

O governante sublinhou que está a trabalhar na área do voluntariado ao nível dos municípios e das freguesias: "Queremos que haja unidades locais de Protecção Civil que sejam formadas pelas juntas de freguesia, como as unidades de protecção civil municipal".

Jorge Gomes afirmou ainda que não há qualquer intenção do Governo em retirar a Protecção Civil do Ministério da Administração Interna para o Ministério da Defesa.

"O senhor ministro o que disse é que dentro de alguns anos, os meios aéreos poderão ser geridos pelas forças armadas. Isso é possível que sim e é um desejo que não é só da Administração Interna ou da Defesa. É de todo o governo que a participação das Forças Armadas Portuguesas seja cada vez maior", concluiu.

O chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, explicou que o exército, na sua componente de missão, tem uma parte que diz respeito ao apoio, ao desenvolvimento e bem-estar da população.

"Isto é nitidamente uma missão nesse âmbito e que os portugueses aceitam e vêem com agrado", sustentou. O general reforçou ainda a ideia de que não se trata de uma substituição às funções dos bombeiros, mas sim de uma missão complementar, feita de uma forma mais estruturada, mais equilibrada e mais consistente.

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