Museu de Arte e Arquitectura reabre quarta-feira com exposições e performance

Mostra de arquitectura Utopia/Distopia – Mudança de Paradigma e uma instalação de Hector Zamora no programa.

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O novo museu da Fundação EDP inaugurou parte do espaço expositivo a 5 de Outubro do ano passado Miguel Manso

O novo edifício do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Belém, vai reabrir na quarta-feira com a exposição Utopia/Distopia Mudança de Paradigma e a instalação/performance de Hector Zamora, intitulada Ordem e Progresso.

De acordo com o museu – cujo novo edifício encerrou a 6 de Fevereiro, para reparações e instalação das novas exposições –, a reabertura vai incluir uma performance, a partir das 18h00, com 30 participantes, relativa à instalação do artista mexicano. A performance – que inclui destroços de barcos tradicionais portugueses e irá durar duas horas e meia – é uma nova versão daquela que Hector Zamora realizou em 2012 no Paseo de los Héroes Navales, em Lima, no Peru, e, em 2016 no Palais de Tokyo, em Paris.

Na terça-feira, dia da inauguração oficial das novas exposições, o público poderá ver, no exterior do museu, às 18h00, uma performance de Michelangelo Pistoletto intitulada Terzo Paradiso, uma fusão entre o primeiro e o segundo paraíso, na concepção do artista.

Para as 18h30 do mesmo dia está prevista a apresentação de outra performance, Canto Urbano, de Allard van Hoorn, com duração de meia hora, na qual os azulejos de cerâmica da fachada do edifício do MAAT serão utilizados como instrumentos de música, tocados e afinados ao vivo como notas musicais.

A exposição colectiva Utopia/Distopia vai ocupar a galeria principal, a Project Room e a Video Room do museu, com curadoria do director do MAAT, Pedro Gadanho, de João Laia e Susana Ventura, até 21 de Agosto.

A mostra vai apresentar 60 obras e projectos de artistas e arquitectos que, nas respectivas áreas, desde o início dos anos 1970, "têm contribuído para uma compreensão profunda e uma reflexão crítica sobre temas cruciais do presente", segundo a organização.

Utopia/Distopia, exposição que evoca o 500.º aniversário da publicação da obra Utopia, de Thomas More, "centra-se nos conceitos de utopia e distopia, e na forma como a dicotomia entre ambos reflecte uma época de aceleração paradoxal, em que a ansiedade e o optimismo coexistem".

Andreas Angelidakis, Timo Arnall, Kader Attia, Pedro Bandeira, Pedro Barateiro, Olivo Barbieri, James Beckett, Berdaguer & Péjus, Alain Bublex, Jordi Colomer, Robert Darroll, Inês Dantas, Tacita Dean, Diogo Evangelista e Ângela Ferreira são alguns dos artistas participantes.

Na mesma altura será inaugurada na Central 2 a exposição O que eu sou - Colecção de Arte Fundação EDP, com curadoria de Luiza Teixeira de Freitas e Inês Grosso, que ficará patente até 29 de Maio.

Em O que eu sou, que adopta o título de um poema de Teixeira de Pascoaes – publicado originalmente no livro Elegias, de 1912 –, é assumido como tema central a relação entre a definição de 'self' (o indivíduo em si), e as ideias de arte e vida na produção contemporânea, questionando as diversas ligações possíveis entre os percursos biográficos e artísticos.

Trata-se da terceira exposição de um ciclo de olhares sobre a Colecção de Arte Fundação EDP intitulado Perspectivas e que apresenta, desta vez, obras de autores como António Olaio, António Sena, Carlos Nogueira, Cristina Terra da Motta, Ernesto de Sousa, Graça Sarsfield, Helena Almeida, Horácio Frutuoso, João Pedro Vale e Jorge Molder, entre outros.

A partir de quarta-feira, as entradas no MAAT passarão a custar nove euros, para a visita aos dois espaços museológicos, ou cinco euros, caso o visitante queira entrar apenas na Central Tejo ou no novo edifício do museu. Vai também ser criado um cartão anual de membro do MAAT, com um custo de 20 euros, com entrada livre para todas as exposições, e um acompanhante.

Situado na margem do rio Tejo, em Belém, o novo museu da Fundação EDP inaugurou parte do espaço expositivo a 5 de Outubro do ano passado, numa primeira fase de abertura do edifício projectado pelo atelier AL_A, da arquitecta Amanda Levete. 

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