Marcelo volta a dizer que exploração de petróleo no Algarve é tão realista como ir à lua

A entrevista de Cavaco Silva ao PÚBLICO, por uma questão de “cortesia institucional” não merece comentários, mas foi lida por Marcelo com atenção

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LUSA/LUIS FORRA

Marcelo Rebelo de Sousa volta a dar como mais provável ir à lua do que existir exploração de petróleo no Algarve. “Há muito mais hipóteses de chegarmos à lua do que haver petróleo do Algarve”, disse o Presidente da República, neste sábado, em Faro, quando foi confrontado por um grupo de manifestantes do Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP). Dos cinco contratos (três autorizados e dois por assinar) que existiam há um ano, disse, resta apenas licença para uma perfuração, no mar, ao largo de Aljezur, a 40 quilómetros da costa.

Marcelo Rebelo de Sousa, antes de entrar da Escola de Hotelaria e Turismo de Faro - onde decorria o 1º Congresso da associação empresarial AlgFuturo -, dirigiu-se aos manifestantes que o aguardavam, gritando: “Não deixe o Governo destruir o Algarve com a exploração de petróleo”.

Por seu lado, o dirigente da MALP, João Eduardo Martins, empunhou num cartaz, a representação de um “bilhete” para uma ida  à lua.  A alusão devia-se ao facto de, em Julho de 2016, em Loulé, Marcelo Rebelo de Sousa ter afirmado que era mais provável ele ir à lua do que alguma vez existir exploração de petróleo na região.

“Se há pessoa que defende o ambiente sou eu”, sublinhou o Presidente da República, acrescentando que estava disponível para conceder uma audição ao grupo. A mesma promessa foi deixada aos defensores da manutenção das casas de férias nas ilhas-barreira, na ria Formosa, incluídos na mesma manifestação. 

À margem do encerramento dos trabalhos do congresso empresarial, Marcelo Rebelo de Sousa, interpelado a comentar a entrevista da Cavaco Silva ao PÚBLICO, disse não se pronunciar sobre o assunto, por uma questão de “cortesia institucional”, acrescentando no entanto que não deixa de “ler, de acompanhar”, mas não manifestava opinião sobre aquilo que os três Presidentes anteriores vivos diziam ou faziam.

No que lhe diz respeito, afasta a hipótese de vir a imitar Cavaco, escrevendo biografias: “Memórias minhas, não – pode ser que me dê para escrever a biografia de alguma outra figura.”

Então as palavras de Cavaco caíram no vazio? “Tenho a maior das considerações pelos Presidentes que me antecederam, foram todos eles notáveis nos períodos difíceis que exerceram as suas funções”.

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