Investimentos ferroviários avançam no Minho e atrasam no Douro

Ministério do Planeamento diz que há tempo para recuperar calendário até 2020

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Renato Cruz Santos

As empreitadas de eletrificação das linhas ferroviárias do Minho e do Douro, ambas incluídas no programa Ferrovia 2020, estão a merecer ritmos de trabalho muito diferenciados, o que preocupa os operadores turísticos do Douro. No dia em que o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, esteve no Norte para participar na cerimónia de lançamento do concurso público para a execução da empreitada de eletrificação do troço da Linha do Minho entre Viana do Castelo e em Valença, três operadores turísticos do Douro (Barcadouro, Tomaz do Douro e Rota Douro) lembraram que o ministro ainda não cumpriu a promessa que lhes fez há dois meses. “A insuficiente atenção dada ao Douro pelos nossos decisores políticos tem consequências gravosas”, assinam as três gerências das empresas, num comunicado conjunto.

A Linha do Minho integra o corredor Eixo Atlântico e a concretização do projecto de modernização é importante para a ligação da rede ferroviária nacional a Espanha, nomeadamente na ligação a Vigo, aumentando a capacidade exportadora de mercadorias do país. A empreitada de electrificação entre Nine e Viana do Castelo já está em curso e, com o arranque do concurso para a electrificação do último troço em falta, implica um investimento de cerca de 80 milhões de euros, dos quais a comparticipação candidatada aos fundos da União Europeia atinge quase os 60 milhões de euros.

A electrificação da Linha do Douro também está incluída nos investimentos do plano Ferrovia 2020, estando actualmente em curso a electrificação do troço entre Caíde e Marco de Canavezes. Trata-se, porém, de uma empreitada cuja execução já leva cerca de um ano de atraso, devido aos problemas financeiros que enfrentou o empreiteiro que executava a obra. “O cronograma de execução já estava em causa no troço entre Caíde e Marco de Canavezes. Continuando os prazos a resvalar no que refere ao troço seguinte, o mais provável é que acabe por descarrilar e só em 2022 haja comboios eléctricos a circular entre o Porto e a Régua”, escrevem as empresas em comunicado.

Contactado pelo PÚBLICO, fonte do Ministério diz que o concurso para a elaboração do projecto de electrificação do troço Marco-Régua será lançado e que os atrasos invocados pelas empresas serão facilmente recuperados durante a execução da obra. Para o Ministério do Planeamento os objectivos de concretizar as obras até 2020 ainda não está comprometido.

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