Cartas ao director

Dignidade de Vida

Estamos no século XXl e fazemos parte da União Europeia, mas lamentavelmente continuamos a ver imagens da pobreza em Portugal quando falham as respostas sociais.

A verdade é que tivemos conhecimento há uns meses atrás da inauguração com pompa e circunstância do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, como mais uma relevante proposta cultural da Fundação EDP para a cidade de Lisboa,

Ao mesmo tempo que se inauguram equipamentos sociais para usufruto dos cidadãos mais abastados, existem outros cidadãos aos quais a vida não lhes sorri, quando não bastando a sua condição de existência menos favorecida. A pretexto da segurança das pessoas, a mesma EDP que inaugura equipamentos corta o fornecimento de energia a um bairro de Lisboa onde os residentes têm pouco mais de nada, onde se vive à luz da vela, convivendo com animais rastejantes, e onde é colocada em causa a sua condição humana.

Numa cidade que se tem vindo a modernizar, e em pleno século XXI, não é admissível a existência de casos como o que visualizamos no programa Linha da Frente da estação pública de televisão.

A existência de uma abordagem conjunta feita previamente por entidades competentes para se encontrar uma resposta social, seria a forma adequada de solucionar o caso, sem que fosse retirada a dignidade às pessoas.

Américo Lourenço, Sines

 

Ser fascista em Portugal

João Miguel Tavares publicou no PÚBLICO um excelente texto dissertando sobre os extremos da política portuguesa e as suas semelhanças, falou de um jovem que tem por ídolo Salazar indo à sua campa depositar flores...e de outros que se ajoelharam perante Fidel de Castro após a sua morte, afirmando todos que os regimes liderados por estes ditadores tiveram alguns aspectos negativos, como seja matar os opositores. Diz João Miguel Tavares que quem tenha lido dois livros de história não poderá negar as semelhanças entre Fascismo e Comunismo.

Para reforçar esta ideia, basta fazer uma comparação macabra entre as vítimas de um ditador sanguinário de direita, o abominável Pinochet (Salazar era demasiado sacristão para ter um tal curriculum) e as vítimas do regime de Fidel Castro, ditador comunista; o primeiro assassinou cerca de 3 mil chilenos, o segundo, com a ajuda do idolaterado Che, (maioritariamente por fuzilamento no forte La Cabaña) mais de 6 mil cubanos!

Pese o extremismo destas ideologias - a fascista e a comunista - o direito à palavra em democracia nunca lhes poderá ser negado, mas  a informação rigorosa sobre as suas histórias tão pouco. Branquear a história olhando para o lado é um crime que não respeita a memória das vítimas inocentes  cujo único crime foi discordar e resistir.

Ezequiel Neves, Lisboa

 

 

Sugerir correcção
Comentar