Estudantes protestaram contra a falta de condições nas escolas

Alunos apontam o dedo ao subfinanciamento da educação.

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Protesto à porta da Escola Secundária António Dâmaso em Lisboa teve fraca adsesão Rui Gaudêncio

Estudantes de várias dezenas de escolas de todo o país voltaram a protestar nesta quinta-feira contra a falta de funcionários e a degradação dos estabelecimentos onde estudam. E também pela reposição do passe de transportes 4-18, que garantia um desconto de 50% às crianças e jovens entre os 4 e os 18 anos, que foi cancelado pelo anterior Governo.

“Há muitas famílias que têm dificuldade em pagar o preço dos transportes”, justifica Alexandre, estudante da Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, e um dos organizadores do protesto que juntou alguns alunos à porta da escola. Entre as razões do protesto nesta escola figura também. Segundo este estudante, o preço “exorbitante” dos manuais do ensino secundário e a “privatização do bar, que levou a que comida ficasse pior e os preços mais altos”.

Na Escola Secundária Ferreira Dias, no Cacém, o protesto que começou logo ao início da manhã, prolongou-se por várias horas, relatou Gonçalo Martinho, da associação de estudantes, que promoveu a acção. Para a associação, a segurança dos alunos “está posta em causa”, uma vez que chove nas salas de aula, o chão está a abater no ginásio e existem várias derrocadas em partes do edifício. “Estes problemas prendem-se com os cortes feitos na educação pelos sucessivos Governos, que tem consequências como é disso exemplo a nossa escola”, frisou a associação de estudantes na convocatória do protesto.

Também os alunos do centenário Liceu Camões, em Lisboa, se manifestaram para exigir o início de obras que assegurem condições de segurança e preservem o imóvel. O Ministério da Educação já anunciou que as obras se deverão inicar ainda este ano. 

“Exigimos ao Governo a escola pública democrática e de qualidade a que temos direito”, proclama-se aa página do Facebook dos promotores do protesto a nível nacional, que reuniu associações de estudantes e grupos de alunos.

Alunos da Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal, e de várias escolas de Matosinhos também exigiram melhores condições para as actividades lectivas, mas o protesto teve fraca adesão, segundo relata a Lusa. “Estamos a responder a um apelo nacional que saiu de várias associações de estudantes do país, para lutarmos pelos nossos direitos e pela escola pública de qualidade”, disse Simão Calixto, um dos alunos que promoveram o protesto. Segundo este estudante, “há falta de projectores, falta de cacifos, más condições nas casas de banho e falta de funcionários na secretaria, entre outras coisas”.

Nesta escola o protesto não teve o apoio da associação de estudantes, que disse não se rever nos motivos que levaram a esta acção.

Já em Matosinhos, duas dezenas de alunos de várias escolas do concelho desfilaram até a Câmara Municipal para denunciar a falta de condições de escolas, que “estão a ruir” por todo o país, disse à Lusa Francisco Araújo, um dos organizadores da manifestação.

O Governo tem um programa de obras em parecria com os municípios que deveerão abranger 200 escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundário. As empreitadas deverão iniciar-se nos próximos meses. 

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