Um novo Matrix poderá regressar ao cinema

A Warner está numa fase muito inicial de estudar um reboot do universo da realidade simulada de Neo e do Agent Smith. 2017 é o ano de mil remakes, sequelas e reboots.

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É uma notícia curta, mas com lastro, esta de que um dos maiores estúdios de Hollywood, o da Warner, está a planear trazer de volta The Matrix. Lastro do tempo e da marca, visto que o filme de ficção científica já remonta a 1999 e teve uma influência na realização, efeitos visuais e temáticas de muitos filmes que lhe sobrevieram, mas também o da incessante tentativa da indústria cinematográfica norte-americana de apostar em títulos comprovadamente vencedores do passado - e não em originais. 

Terça-feira, a revista Hollywood Reporter e, pouco depois, o site Deadline, noticiavam que embora haja ainda poucos detalhes, souberam que os responsáveis do estúdio que nos últimos anos fez os Batman de Christopher Nolan e os filmes da DC Comics para o dominante segmento dos blockbusters estão, escreve a primeira, "na fase inicial de desenvolvimento de um relançamento de The Matrix".

Estão a planear juntar um conjunto de argumentistas para discutir a melhor forma de trazer de volta o universo de Neo, da realidade simulada que é o mundo actual e das máquinas dominantes numa Terra queimada, diz por seu turno o Deadline, com a Hollywood Reporter a avançar já um nome, Zak Penn (Os Vingadores, os dois últimos X-Men ou O incrível Hulk), para a escrita de um primeiro rascunho.

A dupla criadora e realizadora da trilogia, as irmãs Wachowski, não está envolvida na negociação preliminar, mas fontes próximas do processo falam no jovem actor Michael B. Jordan como uma fonte de interesse para o estúdio, que não terá qualquer vantagem em alienar as autoras de Matrix. The Matrix Reloaded e The Matrix Revolutions não foram sucessos de crítica comparáveis ao filme original, mas a trilogia rendeu 1,6 mil milhões de euros só em entradas em todo o mundo. O produtor Joel Silver vendeu a sua parte nos direitos sobre a marca Matrix à Warner em 2012, apesar de lhe ser atribuído o crédito de uma primeira abordagem às Wachowski quanto ao reboot deste universo há alguns anos, bem como relações tensas com as autoras.

"Seria estranho, mas porque não?", disse recentemente Keanu Reeves, o protagonista de Matrix, sobre a possibilidade de regressar a esse franchise. "Elas teriam de realizar e escrever, e depois veríamos o que é a história", condicionou a estrela de acção. Mas tudo indica que o modelo que o estúdio quer seguir é o da Disney para sagas como Star Wars, desdobrando em novos filmes, personagens ou produtos orbitando em torno dos filmes originais.

Nos últimos anos, vários filmes e franchises foram ressuscitados dos arquivos do cinema para novas versões mais ou menos bem sucedidas, de versões de género como Ghostbusters ou Ocean's 8 só femininas a continuações de séries de há décadas como Planeta dos Macacos. Só este ano, entre remakes e reboots, estrear-se-ão versões de acção real de originais de animação como A Bela e o Monstro (já esta quinta-feira), o aguardado Alien: Covenant ou filmes 90s como Flatliners - Linha Mortal, uma tentativa de ressuscitar A Múmia, agora com Tom Cruise, e até Suspiria, de Dario Argento, vai ter uma versão 2017. Um dos títulos nesta categoria é também o novo Blade Runner 2049, o original de Ridley Scott de 1982 continuado por Denis Villeneuve (O Primeiro Encontro) e Ryan Gosling em 2017.

 

Notícia corrigida às 11h30: alterada informação errada sobre receitas de bilheteiria das sequelas do filme

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