Fase de inquérito da Operação Marquês terminou, diz advogado de Sócrates

Isto significa que quaisquer actos de investigação praticados a partir daí são ilegais, concluem.

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LUSA/NUNO FOX

A fase de inquérito da operação Marquês terminou esta segunda-feira à meia-noite, afirmaram os advogados do ex-primeiro-ministro José Sócrates. Isso significa que quaisquer actos de investigação praticados a partir daí no âmbito da operação Marquês são ilegais, concluíram.

Em conferência de imprensa, os representantes legais do antigo líder socialista afirmaram que o prazo de 180 dias dado pela procuradora-geral da República aos procuradores titulares do inquérito para encerrarem a investigação não acaba esta sexta-feira, como sempre foi dito, mas já findou, à luz da contagem de prazos que faz. “Pedimos à procuradora-geral da República que nos mande notificar do despacho de arquivamento [do inquérito e que mandasse suspender quaisquer diligências em curso]”, revelaram João Araújo e Pedro Delille. “Talvez o Ministério Público pense que isto é a da Joana. Mas não é, é a da lei”, ironizou João Araújo, que admite vir a reclamar daquilo que considera mais uma ultrapassagem de prazos ao juiz de instrução criminal Carlos Alexandre.

“Provavelmente, o Ministério Público nem se deu ao trabalho de contar o prazo”, observou o advogado, para quem este processo “termina como começou: sem factos, sem provas” e “envergonhando a justiça”. 

“Eu tinha uma grande expectativa de que me fosse apresentada uma lista dos beneficiários das 'luvas' do negócio da Portugal Telecom”, disse também João Araújo. “Pedimo-la várias vezes. Mas foi-nos respondido que não havia lista nenhuma, que era o grande ás de trunfo”, lamentou. Para a seguir enveredar pelo segundo trocadilho da noite: “Não apareceu nem o ás, nem o rei, nem o marquês. Só duques.”

 

 

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