Montepio: Tomás Correia pede "serenidade e bom senso"

O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia, negou esta tarde que as dificuldades da instituição possam levar à falência da dona do banco Montepio.

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As declarações de Tomás Correia acontecem depois de o PÚBLICO noticiar esta terça-feira que a auditora KPMG avisou para um "buraco" nas contas da associação de 107 milhões de euros, relativo ao exercício de 2015. LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia, negou esta tarde que a associação dona da Caixa Económica (banco Montepio) esteja em falência. Essa ideia, disse em conferência de imprensa, "não correspode à realidade e é bom que afirmemos isso com toda a veemência". 

Esse cenário, reforçou na conversa desta tarde com jornalistas, "é alarmista. Não ajuda o movimento mutualista, não ajuda o movimento financeiro, as instituições portuguesas e não ajuda as portuguesas e portugueses. E não ajuda as associadas e associados do Montepio".

As declarações de Tomás Correia acontecem depois de o PÚBLICO noticiar esta terça-feira que a auditora KPMG avisou para um "buraco" nas contas da associação de 107 milhões de euros, relativo ao exercício de 2015. Os associados reúnem-se esta tarde em conselho geral, onde saberão que as contas mostram que a associação tem capitais próprios negativos e precisa de ser recapitalizada, isto porque tanto o banco como a seguradora estão a contaminar as contas da mutualista.

O presidente da associação nega este cenário e pede que não se ponha em causa a instituição. "Há limites para tudo e é preciso haver campo para o bom senso, para olhar para as coisas com serenidade, e não agir de forma a que uma instituição com mais de 176 anos seja colocada em causa", defendeu.

O braço financeiro do Montepio é uma das preocupações centrais do Banco de Portugal (BdP) no que toca à supervisão bancária. Uma vez que se trata de um banco de menor dimensão, é directamente supervisionado pelo BdP e não pelo BCE, como os cinco principais bancos portugueses. Contudo, se a Caixa Económica é supervisionada pelo BdP, o supervisor não tem poderes para regular o accionista do banco: a associação mutualista, que é regulada pelo Ministério do Trabalho e Segurança Social.

Ainda a semana passada, questionado pelo PÚBLICO em entrevista sobre essa falta de controlo do BdP sobre a associação mutualista, Carlos Costa respondeu que no centro das preocupações do BdP está a reformulação do modelo de governo da Caixa Económica e numa separação entre o braço financeiro do Montepio e o seu accionista. “O que me preocupa não é que o accionista tenha problemas, é assegurar que o banco não está exposto ao accionista”, disse o governador, Carlos Costa.

 

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