O pinguim da Piauí mais perto de nós

Fotogaleria
O pinguim que é a imagem de marca da revista Piauí desenhado por Angeli Angeli
Fotogaleria
Uma das páginas da edição de Março como aparece quando lida no iPad com a ilustração de Erik Olson. Erik Olson.
Fotogaleria
A capa da edição de Março dr

“A Piauí busca boas histórias – e bem contadas. Cobre qualquer assunto que uma reportagem possa tornar interessante.” É este o lema da revista Piauí. A definição aparece sempre que se busca no Google o site da revista brasileira e está na descrição da aplicação para leitura digital que lançaram no Verão passado e que aperfeiçoaram em Dezembro.

A revista “tem sempre em mente que a informação vem antes do comentário, que os factos precedem as opiniões. Demonstra que seriedade não é sinónimo de sisudez e que profundidade é compatível com leveza.”

Quem a vê nas bancas de jornais no Brasil distingue-a pelo formato (26,5 cm x 34,8 cm) e pelas ilustrações da capa. Quem a lê, sabe que não temos em Portugal nada parecido com esta revista que foi lançada em 2006 pelo cineasta e produtor João Moreira Salles. Os temas são variados, da política à cultura. Nesta edição de Março podemos ler um perfil da trajectória política e dos negócios privados de Jorge Picciani (do Partido do Movimento Democrático Brasileiro) feito pela repórter Malu Gaspar; um retrato de Leonard Cohen feito antes de ele morrer por David Remnick ou a história pessoal Rompante de Loucura, as lembranças da escritora colombiana Margarita García Robayo sobre a loucura da sua mãe, ilustrada por Erik Olson. Há divertidos textos sobre sanitas japonesas, reflexões sobre filmes para crianças ou um obituário de Masaya Nakamura, o fundador da empresa que lançou o jogo electrónico Pac-Man. Esta edição também tem ilustrações da Cristina Sampaio.

E como li isto tudo, já que a Piauí não está à venda em Portugal? Através da aplicação Revista Piauí, agora disponível para Android e para iOS. No Android podem comprar-se as edições digitais avulso a 19 reais. Através da loja da Apple temos a hipótese de fazer uma assinatura digital anual (59, 99 euros) ou comprar cada edição mensal avulsa (4,99 euros). A revista pode ser lida online (é preciso ligação wifi) ou descarregada para ser lida offline.

O símbolo da App é um pinguim com uma boina verde à Che Guevara. O jornalista e escritor brasileiro Joaquim Ferreira dos Santos lembra que o “pinguim de geladeira é o grande símbolo do doméstico brasileiro" e que apesar de não ter sido explicado, "o boné quer significar a domesticação da esquerda, do aburguesamento desses ícones revolucionários”.  Foi desenhado pelo cartoonista Angeli para o primeiro número da revista.

“As pessoas gostaram, acabou virando uma marca da Piauí. Mas tudo aconteceu de maneira mais ou menos acidental”, conta por sua vez Fernando de Barros e Silva, director de redacção desde 2012. “Acho que o pinguim com a boina é uma figura simpática, doce e irónica ao mesmo tempo. É gauche. Remete ao campo da esquerda, mas com uma certa graça, como quem ri dos dogmatismos da esquerda.” Todos os anos, em Outubro, quando a revista celebra o aniversário, convidam Angeli para fazer a capa. “Sempre com o pinguim”, acrescenta o director.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários