Obama pôs Trump sob escuta? “É simplesmente falso”, diz porta-voz

Kevin Lewis nega que o ex-Presidente dos EUA tenha colocado qualquer cidadão sob escuta. Também Ben Rhodes, antigo conselheiro da Casa Branca para assuntos de política externa, afasta a acusação.

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Carlos Barria/Reuters

O porta-voz de Barack Obama, Kevin Lewis, declarou que as acusações de Trump são “falsas” e que “nem o Presidente Obama nem nenhum funcionário da Casa Branca” puseram sob escuta qualquer cidadão norte-americano. Estas declarações surgem depois de Donald Trump ter, neste sábado, acusado o antecessor de ter colocado os telefones do seu escritório na Trump Tower sob escuta, ainda antes das eleições presidenciais. Não foram apresentadas quaisquer provas que sustentassem as acusações.

Num comunicado partilhado no Twitter, Kevin Lewis referiu ainda que uma das principais regras da Administração Obama era a da não interferência em qualquer investigação conduzida pelo Departamento de Justiça. O porta-voz sublinha que nem Obama nem qualquer funcionário da Casa Branca alguma vez procederam à vigilância de qualquer norte-americano. “Qualquer sugestão em contrário é simplesmente falsa”, conclui.

Na manhã de sábado, Donald Trump escrevia no Twitter que a Administração Obama tinha interceptado comunicações no seu escritório de Nova Iorque, antes das eleições de Novembro. “Terrível! Acabo de descobrir que Obama tinha os meus telefones na Trump Tower sob escuta mesmo antes da vitória. Não encontraram nada. Isto é Macartismo!”, escreveu o líder norte-americano.

Também Ben Rhodes, que foi conselheiro de Obama nos assuntos de política externa, respondeu ao tweet de Trump: “Nenhum Presidente pode pôr [alguém] sob escuta. Essas restrições foram implementadas para proteger os cidadãos de pessoas como você”. Rhodes escreveu ainda que a Casa Branca tem de explicar estas sucessivas "mentiras flagrantes" em questões de justiça e segurança nacional. 

As acusações de Trump foram feitas numa série de mensagens partilhadas na rede social Twitter em que, entre outras coisas, procurava defender Jeff Sessions, o homem que escolheu para procurador-geral, das acusações que enfrenta por causa das suas ligações à Rússia, em particular a Serguei Kisliak, embaixador de Moscovo nos Estados Unidos desde 2008.

“O mesmo embaixador russo que se encontrou com Jeff Sessions visitou Obama na Casa Branca 22 vezes, quatro delas no ano passado”, escreveu Trump, procurando reagir, assim, ao mais recente episódio do escândalo que envolve a sua equipa, pelas suspeitas de ligações à Rússia. Isto sem deixar de lembrar que a primeira reunião entre Sergei Kisliak e o procurador-geral, o equivalente a um ministro da Justiça, foi organizada pela Administração Obama.

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