Conselho de Ministros nomeia administradores para o Banco de Portugal

O Governo impôs a paridade de género nas novas nomeações da administração do BdP.

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Conselho de Ministros aprova hoje nomeações para o Banco de Portugal Daniel Rocha

O Conselho de Ministros desta quinta-feira vai nomear pelo menos três dos quatro novos administradores em falta no Banco de Portugal (BdP). Destes, pelo menos um será uma mulher, sendo intenção do Governo que haja paridade absoluta nas novas nomeações, ou seja, duas mulheres e dois homens.

De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, poderão ser hoje nomeados dois homens e uma mulher ficando o quarto mandato agora vago à espera de que seja encontrada uma mulher que possua perfil curricular exacto para o cargo. Os quatro mandatos em aberto pertencem a administradores que terminam a sua função no início de Março ou o terminaram em Outubro.

No Conselho de Ministros de hoje deverá ser também decidida a promoção de Elisa Ferreira ao cargo de vice-presidente, uma função que já estava prevista que viesse a desempenhar quando há meses entrou na administração do BdP.

As negociações entre o Ministério das Finanças e o governador do BdP, Carlos Costa, têm decorrido tendo em conta a exigência feita pelo Governo de que a escolha dos novos administradores obedeça ao critério da paridade de género. Uma imposição que o Governo pode fazer, já que os administradores são nomeados por si sob proposta do BdP.

A exigência de que nas quatro nomeações duas sejam mulheres é central para o Governo, já que no Parlamento está em fase de debate na especialidade a proposta de lei que introduz uma quota mínima de 33% por género na composição das administrações e órgãos de fiscalização das empresas públicas e das cotadas em bolsa.

Deste modo, a discussão entre o Ministério das Finanças e o Governador do BdP tem sido em torno do perfil dos candidatos. Isto porque o critério da representação equilibrada de acordo com o género tem de somar-se ao critério de o escolhido ter um perfil profissional e curricular que seja consentâneo com o mandato específico que vai ocupar e com as áreas que vai supervisionar.

Como o PÚBLICO noticiou ontem, durante o processo de negociações com o governador do BdP o Governo levantou dúvidas sobre os três primeiros nomes propostos por Carlos Costa e pediu que, desses três, pelo menos um fosse mulher.

Os nomes sugeridos inicialmente por Carlos Costa foram José Cadete de Matos, director do departamento de estatística do BdP, Rui Carvalho, director do departamento de mercado do BdP, e Luís Laginha de Sousa, ex-presidente da Euronext.

Cadete de Matos e Laginha de Sousa terão sido aceites pelo Governo que recusou Rui de Carvalho, tendo então expressado a Carlos Costa a necessidade de haver uma mulher entre os nomeados. Em resposta, o Governador do BdP apresentou o nome de Ana Paula Serra, vogal do Conselho de Auditoria do BdP e professora na Faculdade de Economia do Porto.

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