Quase 50 pessoas realojadas após deslizamento de terras em Lisboa

O deslizamento provocou danos em quatro edifícios de habitação no condomínio Vila da Graça, na freguesia de São Vicente. O município estima que as obras no local durem cerca de três meses.

Foto
Na terça-feira, serão retomadas para "se fazerem peritagens e se desencadear o processo de retorno dos moradores", precisou o vereador da Segurança do município LUSA/TIAGO PETINGA

Quarenta e nove residentes na Rua Damasceno Monteiro, na freguesia de São Vicente, em Lisboa, vão ser realojados em casas de familiares e num hotel, depois de um deslizamento de terras ter afectado os prédios onde moram, informou esta segunda-feira a Câmara Municipal.

"Com o decorrer do dia, concluiu-se que 49 pessoas terão de ser realojadas: 21 têm realojamento em casa de familiares e as outras 28 estão a ser realojadas num hotel na cidade de Lisboa, com todo o acompanhamento dado pela Protecção Civil", disse à agência Lusa o vereador da Segurança do município, Carlos Manuel Castro.

Parte do muro do condomínio Vila da Graça, no bairro Estrela d'Oiro, ruiu cerca das 5h40 desta segunda-feira, provocando um deslizamento de terras para as traseiras de quatro edifícios da Rua Damasceno Monteiro (dos números 104 ao 110). Segundo o município, o muro é “propriedade privada”.

Devido ao aluimento de terras, as autoridades retiraram inicialmente 27 pessoas dos quatro edifícios (entre o 104 e o 110), tendo havido um ferido ligeiro – um homem que sofreu algumas escoriações.

Ao início da tarde, Carlos Manuel Castro informou que os moradores dos números 102 e 104 da Rua Damasceno Monteiro já podiam regressar às suas casas, excepto os do rés-do-chão. "Nós verificámos que não há condições de habitabilidade nos números 106, 108 e 110. Nos números 102 e 104 é possível habitar a partir do primeiro andar, a parte do rés-do-chão não pode ser habitada e também não há hipótese de usar o logradouro, que será barrado", referiu o vereador na ocasião.

Já num balanço final da avaliação técnica, Carlos Castro esclareceu que os moradores do número 102 também tiveram de sair de casa.

Obras devem durar três meses

Durante a tarde, os residentes do rés-do-chão e os moradores de três outros prédios, entre os números 106 e 110 da mesma rua, tiveram entrevistas com a Protecção Civil municipal para avaliar se poderiam ficar com familiares ou se teriam de ser realojados pela autarquia.

Entretanto, durante todo o dia, estiveram no local viaturas dos Sapadores Bombeiros, uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), elementos da Protecção Civil e da Polícia Municipal.

Segundo Carlos Manuel Castro, as operações terminaram por hoje, existindo apenas "o guardar do espaço pela Polícia Municipal".

Na terça-feira, serão retomadas para "se fazerem peritagens e se desencadear o processo de retorno dos moradores", precisou.

Carlos Manuel Castro referiu que caberá às seguradoras "fazer análises para que depois se comece a intervenção" no local. "Para o município há duas condições a assegurar: a segurança e o bem-estar das pessoas e que a intervenção se faça o quanto antes para se retomar a normalidade", concluiu.

O município estima que as obras no local durem cerca de três meses.

O deslizamento, cujas causas ainda não são conhecidas, provocou danos em quatro edifícios de habitação e em algumas viaturas.

Sugerir correcção
Comentar