TAP abre processo de restruturação, num misto de rescisões amigáveis e contratações

O redesenho interno incidirá, sobretudo, na área de suporte ao negócio. A empresa garante que não haverá despedimentos.

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O programa interno da TAP deverá estar concluído até ao final do ano daniel rocha

Arrancou esta sexta-feira o programa de restruturação da TAP, que visa maior rentabilidade e ganhos na eficiência e agilidade. “A ideia é pôr as pessoas certas nos lugares certos”, explica o porta-voz da TAP, André Serpa Soares, referindo que vai existir um conjunto de reuniões nas diversas áreas da empresa com vista a “redesenhar os processos e estrutura para melhor responder às funções de cada área”. Simultaneamente, serão contratadas cerca de 200 pessoas e será aberto um programa de rescisões voluntárias.

“Não há despedimentos”, realça o porta-voz da TAP, afirmando tratar-se de um “processo pacífico” em que as rescisões são por mútuo acordo, não havendo ainda um número definido de pessoas que anularão o contrato. A quem aderir às rescisões por mútuo acordo, será oferecido um pacote financeiro e de benefícios, em valores ainda não definidos. “Cada caso será um caso”, diz André Serpa Soares.

“O programa incidirá nas áreas de suporte e não de operação”, diz o assessor da TAP. Simultaneamente, a empresa vai contratar pessoal em áreas directamente relacionadas com os clientes: pilotos, tripulantes de cabine, assistentes e comissários de bordo, mecânicos de aviões e ainda nas áreas de vendas e de formação. Também serão criados 60 novos postos de trabalho em Lisboa para centralizar em Portugal funções dispersas pelas representações internacionais da TAP.

“Estamos a investir onde é mais necessário”, afirma, em comunicado, Fernando Pinto, presidente executivo da companhia aérea – “e isso inclui aviões, pessoas e o redimensionamento da estrutura da empresa”. O presidente executivo diz que a TAP está perante um processo de contratação de quadros especializados, apostando num “abrangente programa de formação e qualificação dos quadros da empresa”.

No comunicado enviado pela companhia ao PÚBLICO, é referido que a TAP continua a enfrentar um desafio de rentabilidade, ainda que o número de passageiros transportados nos últimos três meses tenha aumentado em 26%. O programa de rescisões por mútuo acordo surge na tentativa de ajustar a dimensão da empresa nas áreas de suporte ao negócio. “A empresa enfrenta ainda um grande desafio: ganhar eficiência e agilidade para competir num mercado cada vez mais agressivo”, refere Fernando Pinto.

Este plano de transformação da TAP surge na sequência da sua privatização, em 2015. A companhia aérea estima que o programa esteja concluído até ao final do ano.

Para além da restruturação da rede, a empresa anunciou a renovação da sua frota de médio e longo curso a partir de 2018 e ainda o lançamento da TAP Express – que toma o lugar da PGA –, equipada com uma frota de aviões ATR 72 e Embraer 190.

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