Carrilho ilibado de agressões a irmã de Bárbara Guimarães

Em tribunal continuam a correr outros processos, entre os quais um por violência doméstica contra a apresentadora e outro por agressão e insultos ao psiquiatra Pedro Strecht.

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As dúvidas levaram a justiça a absolver o antigo ministro da Cultura DR

Manuel Maria Carrilho foi ilibado esta sexta-feira das agressões de que o acusavam uma irmã e um cunhado da ex-mulher, Bárbara Guimarães.

Em tribunal correm ainda, porém, outros processos, como aquele em que a apresentadora televisiva se queixa de violência doméstica por parte do professor universitário e um outro em que o antigo ministro da Cultura é acusado de ter insultado e empurrado contra uma parede o psiquiatra Pedro Strecht, quando este depôs em tribunal a favor de Bárbara Guimarães na audiência judicial destinada a regular a guarda dos dois filhos do casal. Em todas as situações Manuel Carrilho proclama-se inocente.

O episódio envolvendo a irmã da apresentadora remonta há três anos, altura em que o casal já se encontrava separado. O professor socialista estava a entrar no prédio da ex-mulher para lhe entregar os filhos depois do jantar quando a irmã de Bárbara Guimarães, que também ali se encontrava, tentou que não se aproximasse, uma vez que existia, há menos de um mês, uma ordem do tribunal a proibi-lo de se aproximar da ex-mulher. Desta ordem ficavam, porém, de fora os contactos relacionados com o exercício das responsabilidades parentais.

Na versão dos factos apresentada pela queixosa, Carrilho ter-lhe-á dado uma cotovelada no pescoço para poder passar, tendo acabado ele próprio por cair com uma das crianças ao colo, que apesar do incidente não se magoou. A refrega continuou, ainda segundo a irmã, com o antigo governante socialista a dar um murro no pescoço do seu namorado, hoje marido.

Foi chamada a polícia, mas um dos agentes que acorreu à chamada diz que não havia marcas de agressões nas alegadas vítimas. E nenhuma delas se lembrou de se deslocar ao Instituto de Medicina legal para ser submetida a uma perícia média que pudesse comprovar o que se passara. “O que muito se estranha, uma vez que João Campos [o namorado da irmã] já era advogado e seguramente sabedor do carácter decisivo de que a prova pericial se reveste em crimes desta natureza”, escreve a juíza que absolveu Carrilho, Joana Ferrer Antunes, que tem também em mãos o processo de violência doméstica.

O casal diz ter sido observado naquela noite mas pelo pai da irmã de Bárbara Guimarães, que é médico. E não foram tiradas fotos das supostas lesões.

Salientando que o episódio ocorreu “no contexto da conturbada separação” da apresentadora e do antigo ministro, a juíza explica que a maioria das testemunhas ouvidas sobre o sucedido não se mostra suficientemente isenta. E alude à “aparentemente infindável proliferação de processos” judiciais entre as duas partes em confronto, para concluir que, tudo sopesado, não lhe restou senão absolver o arguido: “Perante os depoimentos das testemunhas, que fizeram eco de cada uma das versões em confronto, e as relações familiares existentes, bem como o conflito latente que perdura, a prova produzida não foi de molde a afastar a dúvida” sobre o que realmente sucedeu naquela noite. Daí ter ilibado Manuel Carrilho, que em Setembro passado foi condenado por ter ameaçado uma amiga da ex-mulher, sentença da qual recorreu e antes disso, em 2015, também tinha sido multado pelo tribunal em seis mil euros por difamação depois de ter afirmado publicamente que a apresentadora havia sido violada pelo padrasto quando era jovem. 

Carrilho também se tinha queixado de violência doméstica por parte da ex-mulher, mas a queixa foi arquivada antes de chegar sequer a julgamento. 

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