Quatro exposições para consolidar a Galeria Municipal do Porto

Em 2016 o espaço teve cerca de 97 mil visitantes, ultrapassando os números dos anos anteriores

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A exposição Habitar Portugal 12-14 foi uma das que ocupou a galeria em 2016 Nelson Garrido

A Galeria Municipal do Porto vai abrir o ano com uma exposição assente na colecção da Fundação EDP e fechá-lo levando à cidade, pela primeira vez, parte da colecção de António Cachola. Depois de, no ano passado, ter batido recordes de visitantes, o espaço está agora em fase de “estabilização”, considerou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na apresentação da programação de 2017, na tarde desta quinta-feira, no próprio espaço da galeria.

“2016 foi um ano decisivo para o plano de inscrição da Galeria Municipal na cidade”, disse o autarca, realçando que os números de visitantes alcançados estão “a estabilizar dentro do que procurávamos”. No ano passado, registaram-se 97 mil entradas no espaço situado nos jardins do Palácio de Cristal, com a exposição Eyes Wide Open – 100 de Fotografia Leica a ter a visita de cerca de 22.500 pessoas e a P. – Uma homenagem a Paulo Cunha e Silva, por extenso, a contar com quase 21.500 visitantes.

A expectativa é que este ano, as propostas apresentadas consigam números idênticos. A 11 de Março abre a Quote/Unquote, co-organizada pelo Museu da Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT) e incidindo na colecção da Fundação EDP. Gabriela Vaz-Pinheiro, curadora da exposição, explicou que esta foi construída “a partir da circulação das ideias e diálogo entre obras”, com o intenção de “pôr artistas em diálogo entre si e com a História da Arte”.

Quote/Unquote fica na galeria até 14 de Maio e a 2 de Junho chega Them or Us (até 13 de Agosto), com o apoio da Galeria Cristina Guerra e comissariada por Paulo Mendes. Partindo do universo de ficção científica associado ao título de um filme sobre uma invasão extraterrestre da década de 1950, os trabalhos a apresentar vão centrar-se na “noção do invasor e das barreiras de bloqueio”, explicou Guilherme Blanc, o adjunto de Rui Moreira para a Cultura. Paulo Mendes salientou que o tema não podia ser mais actual – sendo o invasor “o refugiado, o terrorista, o turista” – e que os visitantes serão surpreendidos não apenas pelos trabalhos expostos mas pela forma como a galeria se irá transformar para os receber. “O espectador terá uma relação diferente do que habitualmente é uma sala, que não deixa de ser um cubo branco. Os trabalhos vão funcionar como uma grande instalação no seu conjunto, e a exposição será acompanhada por um livro com uma série de ensaios”, disse.

As duas últimas exposições do ano são Quatro Elementos (1 de Setembro a 12 de Novembro), inserida na Feira do Livro, com a ligação da escritora homenageada, Sophia de Mello Breyner Andresen, à Natureza – tema que também será tratado no Fórum do Futuro; e a presença da Colecção António Cachola (29 de Novembro a 11 de Fevereiro de 2018), que pela primeira vez estará presente no Porto.

A Câmara do Porto apresentou também um vídeo (ainda incompleto) com um conjunto de testemunhos de artistas nacionais e estrangeiros a promover a cidade enquanto um bom local para a criação artística. O filme estará presente na plataforma InResidence e o município pretende divulgá-lo em feiras e eventos ligados à Cultura, além de o colocar nas redes sociais. Rui Moreira diz que muitas cidades fazem vídeos a promover a parte turística da cidade (o que o Porto também já fez), mas que decidiu agora singularizar-se, apostando na vertente cultural. 

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