Incêndio em Setúbal ainda não foi extinto. Três empresas suspendem actividade

Esta terça-feira a nuvem de fumo estava a afastar-se, mas uma mudança da direcção do vento e a persistência do incêndio levou as autoridades a aconselharem a interrupção da actividade industrial.

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LUSA/RUI MINDERICO
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As empresas Sapec Química, Boat Center e Sopac, da zona industrial da Mitrena, Setúbal, suspenderam a actividade esta quarta-feira por aconselhamento da Proteção Civil, devido à coluna de fumo provocada pelo incêndio no armazém da Sapec Agro, que ainda não foi extinto.

"Devido a uma mudança de direcção do vento, que começou a soprar de norte, aconselhamos estas três empresas a suspenderem a actividade, pelo menos durante a manhã, uma vez que só com a subida da temperatura ambiente a coluna de fumo terá tendência para subir e se dissipar com maior facilidade" disse à Lusa o comandante dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, Paulo Lamego.

O comandante dos Sapadores de Setúbal disse ainda à Lusa que uma área de cerca de 60 metros do armazém onde ocorreu o incêndio já foi coberta com areia, sendo esta a melhor forma de extinguir o incêndio, que deflagrou na terça-feira.

Paulo Lamego adiantou ainda que falta cobrir outros 60 metros que ainda estão em combustão lenta e admitiu que a situação possa estar resolvida dentro de 24 horas.

O incêndio nos armazéns de produtos de enxofre da Sapec, um produto abrasivo e tóxico, "continua em combustão lenta e a coluna de fumo já é muito reduzida face ao que se verificou durante o dia de ontem", segundo o comandante.

Fonte da Protecção Civil Municipal disse à Lusa que já foi levantada a interdição decretada durante o dia de terça-feira para as escolas das freguesias da Gambia, Faralhão e Praias-do-Sado, que já deverão estar a leccionar normalmente.

De acordo com a Protecção Civil Municipal, além dos seis bombeiros feridos no combate ao incêndio durante na terça-feira, houve três pessoas que se dirigiram ao hospital com problemas provocados pela nuvem de fumo, mas todos foram considerados feridos ligeiros.

A qualidade do ar na zona de influência do incêndio acabou por ficar restabelecida na noite de terça-feira, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que explicou que o fogo fez libertar para a atmosfera dióxido de enxofre. O poluente foi "monitorizado em contínuo através das estações de qualidade do ar existentes no território nacional", explicou a APA num comunicado emitido na noite de terça-feira, acrescentando que, devido aos ventos, a nuvem poluente foi arrastada para norte, atravessou a Reserva Natural do Estuário do Sado e atingiu a zona de Vila Franca de Xira.

A APA estima que os níveis elevados de dióxido de enxofre na proximidade da fábrica tenham acontecido durante a noite de segunda-para terça-feira (o incêndio deu-se às 3h), o que terá diminuído a exposição das pessoas ao poluente.

A agência garantiu que desde as 14h os valores observados nas estações fixas de qualidade do ar "decresceram significativamente, encontrando-se a situação controlada".

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