Morreu o autor de banda desenhada japonês Jiro Taniguchi

O autor de Diário do meu Pai e de Terra de Sonhos tinha 69 anos.

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Terra de Sonhos de Jiro Taniguchi Jiro Taniguchi
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O autor de banda-desenhada Jiro Taniguchi, o único japonês a ganhar dois prémios no Festival de Banda Desenhada de Angoulême – em 2003 como melhor argumentista e em 2005 como melhor desenhador –,  morreu este sábado aos 69 anos, anunciou a Casterman, editora que o representa em França.

Em 2015, ano em que Angoulême lhe dedicou uma grande exposição, o seu livro Diário do meu Pai, publicado na série Novela Gráfica da editora Levoir e distribuído com o PÚBLICO, recebeu no Festival Amadora BD o Prémio Clássicos da Nona Arte. É a história de um designer que vive em Tóquio e regressa a Tottori, a sua terra natal, para o funeral do pai.

A editora Casterman saúda "um mestre incontestável da banda desenhada mundial", num comunicado divulgado e citado pelos meios de comunicação social franceses. "Verdadeiro intermediário entre a manga e a banda desenhada ocidental, construiu uma obra na qual a variedade de tons e de géneros é excepcional", refere a Casterman, e nos seus últimos trabalhos abordava temas como a natureza, a família e o regresso à infância.

Na colecção Novela Gráfica foi publicado também Terra de Sonhos, onde se nota a sua atenção ao quotidiano, em histórias que passam pela morte de um cão e a tristeza que ela provoca ou pelos sonhos desfeitos de um alpinista. Mas o seu primeiro livro a ser editado em Portugal foi O Homem que Caminha, em 2005, na série Ouro da colecção Clássicos da Banda Desenhada. E com Masayuki Qusum é autor de Kadoku no Gourmet (The Solitary Gourmet na edição inglesa ou Le Gourmet solitaire em França, onde também está publicado Rêveries d'un gourmet solitaire)

Nascido em 1947 em Tottori, a oeste de Quioto, Jiro Taniguchi era um autodidacta, que fez a sua aprendizagem enquanto assistente de desenhadores consagrados como Kyuta Ishikawa ou Kazuo Kamimura, de quem foi assistente e através do qual descobriu a banda desenhada ocidental. Desta influência, "reteve a riqueza dos décors e a multiplicidade das informações" em cada quadradinho e da "gramática visual da manga, guardou a prioridade dada ao movimento", refere ainda a Casterman. O jornal Le Monde lembra que entre as suas influências europeias está a obra de Moebius com quem publicou Icare

 

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