“Que o cepticismo não deite a perder a UE que levou décadas a construir"

Marcelo subscreve alertas de Cavaco Silva sobre o futuro da Europa e sublinha a importância de "ir fazendo as reformas para que o euro seja possível".

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Marcelo alertou para a ignorância dos líderes, mas também dos povos LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Marcelo Rebelo de Sousa secundou esta quarta-feira os avisos que Cavaco Silva fez na terça-feira sobre o futuro da Europa e do euro, quando escreveu que "as dificuldades não terminaram nem vão terminar". E fez votos para que "o pessimismo e o cepticismo não deitem a perder tudo aquilo que demorou décadas a construir".

"O apelo dele, que viveu o momento da construção europeia é bem-vindo”, disse o Presidente. "Ele recordou a importância do Tratado [de Maastricht] que permitiu o euro e sublinhou a importância de ir fazendo as reformas para que o euro seja possível", lembrou aos jornalistas, à margem de um almoço com refugiados da Síria, do Iraque e da Eritreia. 

Já sobre a ignorância dos líderes europeus de que falou o seu antecessor, Marcelo alertou: "Não só os líderes, mas os povos - porque são eles que têm a última palavra, em eleições - têm de perceber a importância da Europa e da integração europeia para que não entrem num pessimismo e num cepticismo que deite a perder tudo aquilo que demorou décadas a construir".

Embaratecer a dívida é bom

Por falar em euro e em dificuldades, o Presidente manifestou-se também a favor da estratégia de Portugal de colocar dívida a cinco e sete anos porque "tudo o que seja embaratecer a dívida mais longa nos mercados secundários é bom".

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Portugal colocou hoje 1.180 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e sete anos a taxas de juro superiores em ambos os prazos em relação aos anteriores leilões comparáveis, segundo foi anunciado na página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg.<_o3a_p>

"Eu diria que sendo essa a estratégia definida - vamos ver, os mercados estão abertos - até agora tem dado resultado. É uma boa estratégia porque tudo o que seja embaratecer a dívida mais longa nos mercados secundários é bom porque naturalmente quanto mais longa for a dívida melhor para o país", defendeu.<_o3a_p>

O Presidente da República começou por explicar que, "além da elevação que está a haver nas emissões em toda a Europa, houve uma estratégia, com algum sucesso" que foi colocar dívida a cinco anos e a sete anos, "são prazos razoavelmente longos".<_o3a_p>

"E sobretudo a sete anos com um objectivo que é fazer baixar os juros da dívida a 10 anos. Como? Colocando logo à partida com um valor mais elevado, um preço mais elevado e emitindo menos do que se esperava. Houve uma procura que foi mais do dobro do que aquilo que foi emitido", referiu.<_o3a_p>

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, "isso teve um efeito imediato" que "foi a queda dos juros a 10 anos no mercado secundário". "O facto de se ter emitido menos do que o mercado queria - houve muito mais sobretudo investidores estrangeiros a quererem comprar do que foi emitido - e ser emitido a um valor mais elevado teve um efeito carambola que foi baixar os juros imediatamente na sessão da dívida a 10 anos, que baixaram substancialmente", justificou, de forma detalhada.

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 O  chefe de Estado destacou ainda a "confirmação boa" da taxa de desemprego em relação ao quarto trimestre, mas avisou: "É preciso é mais e melhor. É preciso ir mais longe em termos emprego e é preciso ir mais longe em termos de crescimento". "Eu não sou daqueles que estão satisfeitos com aquilo que está feito só por si. Reconheço o mérito, mas é preciso fazer mais", alertou.

Questionado se estes números acompanham aquele que tem sido o seu "optimismo moderado", Marcelo  disse apenas que "são números que confirmam os números anteriores". "Eu agora já não qualifico se é otimismo, se é moderado, se não", disse.

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