Ervilhas como snack? Os dinamarqueses já estão a semeá-las em Portugal

A Greenpeas começou a produzir ervilhas doces no Alentejo e no Algarve em 2012 para garantir produto durante mais tempo.

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Greenpeas quer convencer os portugueses a comerem ervilhas cruas Daniel Rocha

A empresa dinamarquesa Greenpeas está a produzir ervilhas doces na Costa Alentejana e no Algarve para conseguir abastecer os clientes do mercado escandinavo, onde se consomem dez mil toneladas por ano destes legumes. A aventura portuguesa arrancou em 2012, depois de Brian Knudsen ter conseguido convencer os accionistas da empresa da qualidade do clima e do solo.

"Produzimos na Dinamarca há 40 anos, apenas ervilhas, mas tínhamos de esperar para ter produção entre Junho e Setembro. Em Portugal conseguimos ter produto logo a partir de Fevereiro", conta ao PÚBLICO durante a Fruit Logística, a maior feira empresarial da Europa do sector da fruta e legumes, que decorre até sexta em Berlim.

Com três produtores e arrendando terrenos, a Greenpeas assegura 500 toneladas por ano em Portugal, em 120 hectares, uma pequena fatia do bolo total de produção anual, que chega às três mil toneladas. A intenção é captar mais agricultores portugueses para a ervilha doce. "Não temos limite de hectares no que toca ao aumento da produção. E a produção tanto pode ser feita por quem tem um hectare como mil. Temos é de ter pessoas para a colheita, toda feita à mão", detalha.

O próximo passo é convencer os consumidores a comer ervilhas como snack alternativo e, por isso, a Greenpeas está a tentar entrar nas cadeias de retalho alimentar. Comer ervilhas cruas não faz parte dos hábitos alimentares em Portugal mas Brian Knudsen, que se apaixonou pelo país ainda enquanto jovem estudante de agronomia, garante que quem já provou diz lembrar-se dos sabores da infância. "Na Dinamarca comemos como snack, aqui estamos a tentar entrar no mercado lembrando que este é um produto saudável, rico em proteína e uma alternativa à carne", diz, enquanto retira com um só gesto quatro ervilhas da casca.

Em Berlim, Brian Knudsen espera abrir portas para este produto e, ao mesmo tempo, conseguir exportá-lo para outros países europeus como a Alemanha e o Reino Unido.
 
O PÚBLICO viajou a convite da Portugal Fresh

 

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