Cartas ao director

Nas mãos dos bonecos de Walt Disney

É verdade. Por diabólica coincidência, Trump e Pence chamam-se (pato) Donald e (rato)  Mickey e são hoje os Presidente e vice-presidente da nação mais poderosa do mundo. Quer dizer, o planeta está nas mãos de dois bonecos da Disney. O que me aterroriza é o facto, já demonstrado, de que eles estão dispostos a brincar com o fogo. E se não tivermos sorte ainda acabam por incendiar o mundo, à semelhança da floresta a arder do filme Bambi.

O que me aterroriza é que Hitler outrossim atingiu o poder pelo voto popular. O que me aterroriza é que este Donald já começou a fazer estragos contra os direitos humanos e a lançar incongruências de muros e ostracismos. O que me aterroriza é que todo o histrionismo teatral deste Donald esconde gestos dum isolacionismo populista e anacrónico. O que me aterroriza é que este Donald e este Mickey têm nas mãos armas de destruição maciça. E não são bonecos da Disney.

O mundo mudou. Há um novo paradigma na diplomacia mundial, nas relações comerciais globais, no periclitante equilíbrio de forças a nível planetário. Carecemos de um gigantesco Walt que venha redesenhar estes dois bonecos que nos assombram.

José Sousa Dias, Ourém

O muro de Bush, Clinton, Obama e Trump

Afinal, a construção do badalado muro fronteiriço separando o México e os Estados Unidos da América prometido em campanha eleitoral por Donald Trump começou a ser construído em 1994 por George Bush. Aperfeiçoado por Bill Clinton e Barack Obama através da implementação de sofisticados sistemas de detecção de movimentos e brigadas de vigilância terrestres e aéreas, ocupa mais de 30% da linha fronteiriça  México/EUA.

Impedir a entrada de imigrantes ilegais  tem sido cavalo de batalha de diversas administrações norte-americanas. Obama não cumpriu a promessa de encerrar o centro de detenção e tortura em Guantánamo. Quantas vozes se fizeram ouvir nos areópagos internacionais? A hipocrisia é madrinha da política.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

A douta ignorância

Durante os anos em que fui professor, incentivei os alunos " que já sabiam tudo" a conquistarem a ignorância, começando pela "coincidência oppositorum" de Nicolau de Cusa. Não é bom método considerar-mo-nos intelectualmente mais capazes e eticamente melhores do que os outros que têm outro "ponto de vista".

 Leio num texto jornalístico que "o politicamente correcto está a ficar fora de controlo". Houve circunstâncias em que quem não cultivasse o óbvio tinha tratamento penitenciário ou psiquiátrico. As modernas tecnologia e a massificação correspondente tornam o óbvio indiscutível. Pensar é pôr em dúvida, como queria Descarte.

Artur Marques de Carvalho, Lisboa

 

 

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