Fosun não tem parado de crescer em Portugal

Grupo privado chinês é o investidor mais importante deste país asiático no mercado nacional.

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REUTERS/Bobby Yip/Files

Em pouco tempo, o grupo privado chinês Fosun tornou-se o investidor mais importante deste país asiático em Portugal. Os valores aplicados no mercado nacional rivalizam com os 2700 milhões desembolsados pela China Three Gorges na compra de 21% da EDP (que se tornou no maior accionista), mas, além disso, tem um portefólio mais vasto: o grupo segurador Fidelidade (e onde o Estado, via Caixa Geral de Depósitos, ainda detém 15%), o grupo Luz Saúde (via Fidelidade, que adquiriu via OPA e após uma guerra de preços), e uma fatia de 5,3% da REN (onde a chinesa State Grid é o maior accionista com 25%).

A estes investimentos há que juntar agora o BCP, onde entrou no final do ano passado, pagando 175 milhões por 16,7% do banco através de um aumento de capital reservado à Fosun (e que fez diluir as posições dos outros accionistas).

Criada em 1992 em Xangai e controlada por Guo Guangchang (que detém 58% deste empresa), a Fosun está cotada na bolsa de Hong-Kong, e tornou-se mais conhecida a nível internacional pela compra do Cirque du Soleil e do Club Med.

Presente em Portugal através da Longrun SGPS, a empresa expandiu-se de uma forma impressionante em menos de três anos, tendo ainda participado na primeira tentativa de venda do Novo Banco. Sem conseguir, ou sem ter querido, comprar os activos que ficaram do colapso do BES, a empresa negociou, com sucesso, ser o maior accionista do BCP. Os estatutos do banco já permitem exercer os direitos de voto até aos 30% (em vez dos 20% que vigoraram até há pouco tempo), uma fasquia à qual a Fosun já afirmou querer atingir.  

Com a entrada no BCP, a Fosun consegue penetrar também no sistema financeiro europeu (juntando-se aqui o alemão H&A, pequeno banco de gestão de fortunas adquirido no ano passado), e interliga este negócio com a área da saúde e dos seguros, onde tem apostado a nível internacional.

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