Eutanásia: alguns casos controversos

Por todo o mundo, sucedem-se os pedidos de pessoas que reivindicam o direito a serem ajudadas a morrer.

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O história do espanhol Ramón Sampedro inspirou o filme Mar Adentro FERNANDO VELUDO / PUBLICO

Mar Adentro

O caso que mais rapidamente se associa ao problema da eutanásia é o do espanhol Ramón Sampedro, cuja história inspirou o filme Mar Adentro, de Alexandro Amenábar. Tetraplégico desde os 25 anos na sequência de um mergulho que correu mal, o espanhol viveu 29 anos preso a uma cama porque os sucessivos pedidos para ser ajudado a morrer foram sempre negados. A 12 de Janeiro de 1998, com 55 anos de idade, conseguiu que uma amiga lhe desse a beber uma dose letal de cianeto de potássio. A amiga chegou a ser presa e indiciada por homicídio, mas o tribunal nunca conseguiu provar o seu auxílio à morte de Ramon. Muitos anos depois, a eutanásia continua proibida em Espanha.

A portuguesa que foi à Suíça

Maria não é o nome verdadeiro da mulher que, aos 67 anos, foi a primeira portuguesa a recorrer ao suicídio assistido, na Suíça. Em 2009, fora-lhe diagnosticado um cancro terminal. Prognóstico: menos de um ano de vida. Sem filhos, a viver sozinha, foi a primeira portuguesa a conseguir que na Dignitas, uma organização onde é possível pagar para ter acesso a um suicídio assistido, a ajudassem a morrer antes que a doença tornasse o seu sofrimento insuportável. A sua história está contada no livro Morte Assistida, da jornalista Lucília Galha.

Os primeiros casos de eutanásia por depressão

Uma mulher belga de 24 anos viu reconhecido o seu pedido a ser assistida na morte alegando sofrer de uma depressão profunda há vários anos. Sem nenhuma enfermidade física, a mulher vinha sendo tratada há anos em vários hospitais psiquiátricos e carregava pensamentos suicidas desde os seis anos de idade. A autorização para ser ajudada a morrer foi-lhe concedida no Verão de 2015. Mas este não foi o primeiro caso de eutanásia por depressão. Em Fevereiro de 2012, outra mulher belga com depressão profunda pediu para lhe aplicarem a injecção letal. Surpreendido, o seu filho, Tom Mortier, viria a avançar com um processo no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem contra o Estado belga, que, em 2002, legalizou a eutanásia para os doentes com sofrimento físico ou mental.

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