Starbucks promete contratar 10 mil refugiados em 75 países

Howard Schulz responde ao decreto presidencial assinado por Donald Trump, que suspende a entrada de refugiados nos EUA.

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Howard Schulz também promete estreitar as relações com o México Reuters/© David Ryder / Reuters

O presidente executivo da Starbucks prometeu contratar mais de 10 mil refugiados ao longo dos próximos cinco anos, em resposta ao decreto presidencial assinado por Donald Trump na última sexta-feira, que suspende a entrada de refugiados durante 120 dias e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

“Há mais de 65 milhões de cidadãos no mundo que são reconhecidos como refugiados pelas Nações Unidas, e estamos a desenvolver planos para contratar 10 mil deles, durante cinco anos, em mais de 75 países em todo o mundo”, escreve Howard Schulz, presidente executivo da cadeia de alimentação, numa nota enviada aos seus trabalhadores em que expressa a “grande preocupação” que sente.

Nos EUA, esta medida vai traduzir-se na contratação de pessoal que serviu as forças militares enquanto intérprete, assim como o pessoal de apoio, e dos jovens que entrarem no país de forma ilegal (enquanto menores) mas que são elegíveis para obter vistos de trabalho durante dois anos (isto é, que pertençam ao programa DACA – Deferred Action for Childhood Arrivals).

Esta não foi a única promessa de Howard Schulz. O presidente executivo da Starbucks também prometeu manter boas relações comerciais com o México. Na nota, Schulz refere que algum do café que a franchise utiliza tem origem mexicana. A marca chegou a criar um programa de apoio para os produtores da região de Oaxaca, no valor de dois milhões de dólares, para garantir a qualidade das plantações. A promessa aparece como resposta ao ambiente azedo que ficou entre os dois países, depois de o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, ter dito que o país recusava pagar o muro prometido por Trump, cancelando a viagem aos EUA que estava agendada para esta terça-feira

Também o plano de saúde da empresa está garantido para os funcionários. Apesar da incerteza causada pela nova Administração, com o corte no financiamento do programa que ficou conhecido como "Obamacare", a empresa sublinha que, quem for elegível, vai ter acesso ao programa de saúde: “se o Affordable Care Act [vulgarmente conhecido como "Obamacare"] for revogado e perder o seu seguro de saúde, terá sempre a hipótese de voltar a usufruir dele, podendo voltar a candidatar-se nos 30 dias que se seguirem a essa decisão. Não vai ter que esperar pelo período de inscrições”, lê-se na nota.

“Não nos vamos calar perante a incerteza causada pelas acções desta nova administração”, escreve o presidente executivo, juntando-se a outras empresas, nomeadamente no sector da tecnologia, que se insurgiram contra o decreto de Trump. O presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella, afirmou publicamente que ele próprio era um imigrante: "Como imigrante e presidente executivo, pude vivenciar e observar o impacto positivo da imigração na nossa empresa, no nosso país e no mundo", escreveu no Linkedin.

Já o co-fundador da Alphabet (empresa que detém o Google), Sergey Brin, foi fotografado entre as pessoas que se manifestavam no aeroporto de São Francisco. Brin disse aos jornalistas que estava lá por ser refugiado, informa o Guardian.

Texto editado por Hugo Torres

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