Presidente do México mantém (para já) visita aos EUA

Peña Nieto repete que o México não acredita em muros e não os pagará.

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Reuters/EDGARD GARRIDO

Na próxima semana está prevista uma visita do Presidente do México, Enrique Peña Nieto, aos EUA. Na quarta-feira à noite a AP noticiou que o líder mexicano estava a “ponderar” cancelar essa deslocação, depois de Donald Trump ter assinado o decreto presidencial para a construção do muro entre os dois países. Mas horas depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Videgaray, veio dar a garantia de que o encontro entre os dois líderes marcado para a próxima terça-feira "ainda continua confirmado", pelo menos "por enquanto".

Peña Nieto tem sido alvo de intensas críticas e pressão pela abordagem em relação ao Presidente dos EUA e às considerações e promessas que Trump tem feito em torno do México.

O Presidente mexicano já fez saber que "desaprova" as medidas norte-americanas e irá investir em 50 novos consulados para garantir ajuda legal aos cidadãos mexicanos a viver nos EUA. "Onde estiver um migrante mexicano a precisar da nossa ajuda, estaremos lá", cita a Reuters.

Num vídeo publicado no Twitter e no Facebook, o líder mexicano repetiu que o seu país "não acredita em muros" e não pagará pelo projecto agora aprovado por Trump.

Peña Nieto regista actualmente, e segundo as últimas sondagens, a taxa de popularidade mais baixa de sempre, com 12%. Nos últimos dias foram vários os líderes da oposição que instaram o Presidente a cancelar a viagem.

Andres Manuel Lopez Obrador, antigo Presidente mexicano e líder da oposição, considerou o anúncio de Trump um insulto ao México e apelou a acção internacional. "Sugiro respeitosamente que o Governo mexicano apresente uma acção judicial às Nações Unidas contra o Governo dos Estados Unidos pela violação dos direitos humanos e discriminação racial", declarou a uma multidão de apoiantes na Cidade do México, conta a Reuters.

Já no último mês de Agosto, Donald Trump visitou o México numa viagem que valeu uma onda de críticas ao Presidente mexicano e a demissão do então ministro das Finanças, Luis Videgaray, que foi um dos responsáveis pelo convite feito ao então candidato a Presidente dos EUA. Videgaray é actualmente ministro dos Negócios Estrangeiros, tendo como objectivo acelerar os contactos e o diálogo com a nova administração norte-americana.

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