Com Portugal "na moda", registos em .pt voltam a aumentar em 2016

Em 2016, foram criados 94 mil novos endereços de Internet a terminar em .pt. No total, existem quase 900 mil endereços registados.

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Luisa Gueifão diz que apostar na literacia digital em Portugal é fundamental José Maria Ferreira/arquivo

Ter um site que termine em .pt está a ficar mais popular: 2016 foi o quarto ano consecutivo em que o número de registos de domínios .pt voltou a aumentar. Ao longo do ano, foram criados 94 mil novos endereços de Internet a terminar em .pt, o que significa um aumento de 3,5% em relação a 2015.

“Portugal está na moda, o .pt também," disse Luísa Gueifão, a presidente da associação Dns.pt que gere os endereços de Internet terminados em .pt, em declarações ao PÚBLICO. 

Os dados da associação revelam que  o número de sites .pt aumentou 70% nos último cinco anos, altura em que ter um site com domínio nacional se tornou mais fácil. Desde a liberalização do .pt em 2012 que não é necessário ter uma marca ou empresa para comprar o domínio de topo correspondente a Portugal.

“Nunca como hoje Portugal pôde beneficiar de ter uma presença forte no mundo digital, que é um mundo sem fronteiras e onde empresas se internacionalizam e cidadãos dão a conhecer os seus projectos,” disse Gueifão. 

PÚBLICO -
Aumentar

Apesar dos resultados positivos, os números não correspondem à meta de um milhão de domínios registados que a directora da Dns.pt tinha avançado ao PÚBLICO em 2014. Faltaram 119.804 sites para o objectivo, o equivalente a 12% (já o número de endereços activos é substancialmente menor: cerca de 291 mil no ano passado). Contudo, para Gueifão, os resultados de 2016 não são desanimadores: "O crescimento sustentado é importante e essa tem sido uma meta atingida ano após ano. Só nos falta o número redondo, que certamente é o menos relevante." A responsável estima um crescimento de 4% para este ano.

 

Nos últimos três anos, Portugal tem aparecido sucessivamente entre os cinco países europeus que mais aumentaram em termos de domínios nacionais, com um crescimento anual na ordem dos 3%, segundo dados do Conselho Europeu de Domínios Nacionais (CENTR). Em 2016, conquistou o terceiro lugar, atrás do Chipre e da Arménia. 

Para Gueifão, o aumento da literacia digital é fundamental para continuar a melhorar os resultados: "Portugal ainda tem um tecido empresarial e um índice de exclusão digital relevantes, o que implica uma aposta nas competências digitais dos cidadãos e das empresas, que têm definitivamente de ter uma presença na Internet para existirem." Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam que, em 2016, 36% das empresas portuguesas com dez ou mais empregados ainda não tinham um site (os sites podem ter um endereço em .pt ou em qualquer outro domínio).

Existem vários projectos em curso para a dinamização do .pt, entre os quais a iniciativa 3em1.pt, que apoia empresas recém fundadas e permite o registo de um site .pt gratuitamente no primeiro ano, e o concurso sitestar.pt, que em parceria com a DECOJovem motiva alunos do 3º ciclo e do secundário a criarem sites .pt. Actualmente, cada endereço em .pt custa 22 euros anuais.

Artigo editado por João Pedro Pereira

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