Licenciava lares de idosos a troco de cinco mil euros, suspeita PJ

Técnico superior do Instituto da Segurança Social detido após denúncia de extorsão.

Foto
Técnico emitia pareceres para licenciamento de lares de idosos ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um técnico superior do Instituto da Segurança Social suspeito de emitir pareceres positivos para o licenciamento de lares de terceira idade a troco de dinheiro. Arquitecto de profissão, com 46 anos de idade, cobraria cinco mil euros por parecer.

A Judiciária irá agora debruçar-se sobre o percurso deste homem no Instituto da Segurança Social, no sentido de apurar quantos lares estarão a funcionar com as necessárias condições legais graças à sua intervenção. O arquitecto trabalha nos serviços ligados ao licenciamento de instituições no distrito de Lisboa desde 2013, mas desde 2003 que está no instituto. Não tem antecedentes criminais, mas pode vir a responder em tribunal por corrupção passiva para acto ilícito. Foi denunciado em Novembro passado por pessoas a quem tentou extorquir dinheiro.

 “No decurso da operação foram realizadas três buscas, entre as quais uma domiciliária, tendo sido apreendido diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação”, refere uma nota informativa da Polícia Judiciária. Segundo fonte desta polícia, a Segurança Social constitui uma área particularmente vulnerável à fraude. A detenção foi efectuada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

O Instituto da Segurança Social não respondeu a várias questões do PÚBLICO sobre o percurso do técnico superior neste organismo, nem sobre se se manterá em funções enquanto aguardar o desenrolar do processo. Limitou-se a dizer que “a situação em apreço é do foro judicial” e que o instituto “prestou toda a colaboração à Unidade Nacional de Combate à Corrupção, tendo vindo a reforçar a articulação e a colaboração com todas as entidades competentes na prevenção e combate à corrupção”. 

Sugerir correcção
Comentar