Divulgação dos relatórios dos árbitros ainda sem data

Reunião entre o Conselho de Arbitragem e os clubes sem os presidentes dos três “grandes”.

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Conselho de Arbitragem qualificou como construtivo o encontro com os clubes PAULO PIMENTA / PUBLICO

O compromisso já era público e ficou nesta quarta-feira reforçado. O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai mesmo avançar para a divulgação dos relatórios dos árbitros e só não está ainda definido quando é que isso vai acontecer. Após uma reunião entre o CA e os clubes das duas divisões profissionais do futebol português, Bruno Mascarenhas, o representante do Sporting no encontro que decorreu na Cidade do Futebol, revelou que José Fontelas Gomes, presidente do CA, assumiu que tal irá acontecer em breve.

“Foi esse o compromisso do presidente do conselho arbitragem, de, em breve, termos os resultados dos relatórios dos árbitros em directo e conseguirmos com isso pacificar e credibilizar e dar uma certa transparência”, garantiu Bruno Mascarenhas, vogal do conselho directivo do clube “leonino”. Mascarenhas não disse quando, ou em que moldes, esse compromisso irá passar à prática, sendo que tal já não deverá acontecer ainda durante esta época. “O tema está agora em estudo no CA, mas com a participação do Conselho de Disciplina”, escrevia há poucos dias Fontelas Gomes num artigo de opinião no PÚBLICO.

Numa altura em que a arbitragem está a ser alvo de contestação por parte vários clubes, o CA decidiu convocar os clubes para uma reunião e quase todos das duas divisões profissionais estiveram representados, mas poucos foram os presidentes que marcaram presença na Cidade do Futebol. Nem Luís Filipe Vieira, nem Bruno de Carvalho, nem Jorge Nuno Pinto da Costa apareceram, fazendo-se representar por, respectivamente, por Nuno Gonçalves e Nuno Gomes (Benfica), Bruno Mascarenhas (Sporting) e João Pinto (FC Porto).

Da I Liga estiveram presentes os presidentes das SAD de Boavista (Álvaro Braga Júnior), do Rio Ave (António Silva Campos), Vitória de Guimarães (Júlio Mendes), Moreirense (Vítor Magalhães) e Belenenses (Rui Pedro Soares). Entre as duas divisões profissionais foram seis os clubes que não tiveram qualquer representação: Académico de Viseu, Vizela, Gil Vicente, Nacional, União da Madeira e Sporting da Covilhã.

À saída da reunião, nenhum dos representantes foi muito palavroso sobre o que se passou na reunião. O vila-condense Silva Campos sempre foi dizendo que ouve um pedido de “mais contenção” feito pelo CA aos clubes no que diz respeito a comentários sobre arbitragem. O líder dos vimaranenses, por seu lado, mostrou-se satisfeito por o CA ter conseguido esclarecer algumas dúvidas que os clubes tinham. “Os clubes colocaram algumas questões que viram respondidas. O fundamental é que o CA consiga encontrar um modelo de comunicar aquilo que vai fazendo e decidindo”, frisou Júlio Mendes.

O representante do Sporting foi quem mais falou à saída da reunião. Bruno Mascarenhas reforçou uma posição já anteriormente assumida pelos “leões”, a de haver uma reforma no quadro de árbitros e observadores. "O CA está com vontade de melhorar, mas tem um plantel de árbitros e observadores que vem da época passada e há pouco a fazer quanto a isso. Não colocamos em causa a honorabilidade das pessoas, mas foram nomeadas pelo anterior CA. O CA disse que conta com estas pessoas. Nós gostaríamos que fossem outros, novos, sem estes vícios", sublinhou o representante “leonino”, afirmando ainda que o Sporting tem sido “contido” nas suas queixas: “Se há coisa que temos sido é contidos. Temos sido apoiantes do actual CA e em prol da arbitragem e da defesa dos árbitros. Não temos interesse nenhum em que haja violência. Mas não queremos ser prejudicados.”

Da parte do CA, não houve declarações do seu presidente José Fontelas Gomes, mas um comunicado em que o organismo se congratulou com um “encontro de trabalho franco, aberto e proveitoso” e que reuniões como a desta quarta-feira irão acontecer “também no início e no final de cada época”. O CA divulgou ainda o documento que apresentou aos clubes, um balanço da arbitragem no que já decorreu na época 2017-17, utilizando alguns exemplos de lances polémicos para ilustrar os critérios de mão na bola e bola na mão.

Um dos jogos utilizados é o Benfica-Sporting de Dezembro passado, em que os “leões” reclamam dois penáltis, um de Pizzi aos 24’ e um de Nelson Semedo aos 40’. No primeiro lance, o CA concorda com a avaliação que Jorge Sousa fez do lance, “uma acção involuntária e acidental pelo que a mesma não constitui infracção”. Já no que diz respeito ao lance de Nelson Semedo, o CA dá o benefício da dúvida ao árbitro considerando que este é um “lance difícil e de dúvida”.

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