Polícia detém hackers que espiaram políticos italianos

Draghi, Renzi e Monti foram alguns dos afectados por este ataque cibernético.

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O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, foi um dos alvos de espionagem desta rede criminosa Reuters/RALPH ORLOWSKI

Uma rede de ciber-espionagem foi desmantelada, esta quarta-feira, pela polícia italiana. Foram roubadas informações confidenciais sobre segurança e finanças do Estado, entre os afectados estão os antigos primeiros-ministros Mario Monti e  Matteo Renzi e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, avança o jornal italiano La Repubblica.

A rede criminosa acedia a informação secreta de instituições de administração pública, empresários e políticos. A informação era obtida através de um software malicioso – Eye Pyramid – instalado nos computadores que conseguia extrair os dados confidenciais, tendo sido classificado pelas autoridades responsáveis como um ataque do tipo ATP (Advanced Persistent Threat).

O Centro Nacional de Anti-Criminalidade Informática (CNAIPIC), unidade italiana especializada em crimes cibernéticos, afirma, citada pelo El País, ter “evidências claras sobre as actividades criminais planeadas e levadas a cabo” pela rede. Segundo a investigação, a rede teve acesso a “notícias relativas à segurança do Estado”, através da penetração em sistemas informáticas das vítimas que cometeram uma “intercepção ilegal agravada de comunicações ou telecomunicações”.

O desmantelamento desta rede levou à detenção de dois irmãos, Giulio Occhionero, engenheiro nuclear de 45 anos, e da sua irmã Francesca Maria, de 49, que viviam em Londres mas tinham residência em Roma. Os detidos são os principais suspeitos de encabeçarem a rede de ciber-espionagem e permanecem ainda no estabelecimento prisional, aguardando agora a audição pelo Tribunal de Roma.

Segundo o comunicado do Ministério do Interior italiano, citado pelo El País, os suspeitos roubaram “durante anos” informação confidencial “criteriosamente guardada em sistemas informáticos armazenados nos EUA, agora apreendidos pelos agentes de autoridade”. O CNAIPIC colaborou assim com a Divisão Cibernética do FBI para determinar com exactidão a quantidade de dados roubados. O caso, sem precedentes em Itália, continuará a ser investigado para apurar quem seriam os destinatários desta informação pirateada. 

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